Policiais da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe-Chapada) mudaram a rotina da vida de famílias em situação de vulnerabilidade social que vivem às margens da BR-242, entre os municípios de Itaberaba e Seabra, na Chapada Diamantina. É que a pedido de um soldado da Polícia Militar, os militares doaram utensílios, roupas, brinquedos e alimentos para os moradores. Em contato com o Jornal da Chapada, o major Ricardo Passos, comandante da Cipe, disse que a ação foi atendida para minimizar o sofrimento da população chapadeira e que será a primeira de uma série de visitas.
“Decidimos, através da ideia do Sd PM Ribeiro, a tornar constante o que fizemos ontem [quinta-feira, 10 de agosto] às margens da BR 242, levar o que não tem ‘mais utilidade’ a nós e presentear outras pessoas que receberão como sendo um milagre de Deus, diante de tanto sofrimento. Lembramos que essa iniciativa vai mudar pouco a nossa vida, mas transformará a vida desses ‘severinos’ que vivem à baixo da linha da miséria, enfrentando cada dia como se fosse o último”, destaca o major Passos que faz referência ao poema ‘Morte e Vida Severina’ de João Cabral de Melo Neto.
“…Somos muitos ‘Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas e iguais também porque o sangue, que usamos tem pouca tinta. E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte Severina”. Esse trecho do texto ‘Morte e Vida Severina”, conforme enviou o major Ricardo Passos, “faz refletir que somos todos iguais, temos as mesmas necessidades, sentimos as mesmas dores”.
A Cipe-Chapada informa que a guarnição da Hotel/”Severino” fará essa atividade de doação corriqueiramente e conta com a ajuda de populares, comerciantes e todos da região da Chapada Diamantina que puder contribuir. Basta procurar a sede da Cipe em Ruy Barbosa e ajudar o próximo. “Pois a fome, sede e o frio, sente-se diariamente, então porque esperar ‘campanhas’ para ajudar o próximo? Pedimos que todos pensem sobre essa ideia e que possamos nunca esquecê-la”, completa o major.
Jornal da Chapada