Elas ganharam uma nova vida após superarem a obesidade. Com a saúde, forma física e autoestima resgatadas, trinta mulheres, que emagreceram após a cirurgia de redução do estômago, vão disputar o concurso Miss Bariátrica 2017, no próximo dia 1º de setembro, às 20h, na Casa Salvatore, em Salvador. Promovido pelo Núcleo de Tratamento e Cirurgia da Obesidade (NTCO), a quinta edição do concurso terá como tema “Mulheres que fizeram a diferença”, uma homenagem à mulheres que marcaram a história. As candidatas vão desfilar com fantasias que lembram essas mulheres inspiradoras, que quebraram as regras e são referência para o universo feminino.
O evento tem caráter beneficente e os convidados devem contribuir com três quilos de alimentos não perecíveis, que serão trocados pelos ingressos na sede do NTCO até o dia 31 de agosto. Todos os alimentos arrecadados serão doados para instituições filantrópicas. A proposta do Miss Bariátrica é promover um estilo de vida saudável, estimular a autoconfiança e a autoestima, desmitificar tabus sobre a cirurgia bariátrica e reconhecer o esforço de mulheres que conseguiram vencer a obesidade. Todas as participantes são mulheres que se submeteram a uma cirurgia bariátrica para tratamento de obesidade mórbida e doenças associadas ao excesso de peso.
O júri vai escolher a mais bela candidata, mas todas já são consideradas vencedoras. “Superar uma doença como a obesidade e resgatar a saúde, a qualidade de vida e a autoestima já representam uma vitória,” afirma o cirurgião bariátrico Erivaldo Alves, diretor do NTCO e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Em Salvador, a obesidade atinge 19,9% da população e supera a média nacional, que é de 18,9%, de acordo com a última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde em todas as capitais do país.
A obesidade atinge quase um em cada cinco brasileiros e mais da metade da população do país está com sobrepeso. “Isso contribui para o surgimento de várias doenças que comprometem a saúde e a qualidade de vida, causam um impacto importante na saúde pública e podem levar à morte”, esclarece o médico Erivaldo Alves. Entre as doenças e complicações associadas à obesidade, estão hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, artropatias (doenças das articulações), diabetes mellitus tipo 2, problemas de circulação, refluxo gastroesofágico, apneia do sono (parada respiratória involuntária durante o sono), colesterol alto, esteatose hepática (gordura no fígado), vários tipos de câncer, disfunções respiratórias, distúrbios hormonais, depressão e outros transtornos psicológicos.
O tratamento cirúrgico é recomendado em casos específicos, quando o grau de obesidade ou de doenças associadas com risco de morbidade torna a cirurgia uma alternativa mais eficaz e resoluta. O Brasil ocupa o segundo lugar no mundo no ranking da cirurgia bariátrica, atrás apenas dos Estados Unidos. Somente em 2015, 93,5 mil cirurgias de redução de estômago foram feitas em todo o país, o que representa um aumento de 6,25% em relação ao ano de 2014, quando 88 mil pessoas realizaram o procedimento. A cirurgia deve ser realizada em centros especializados e o paciente precisa ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar. As informações são de assessoria.