A morte de seis moradores da comunidade quilombola da Iúna, no município de Lençóis, Chapada Diamantina, no começo de agosto, foi o mote do encontro entre diversos grupos sociais, na manhã da última segunda-feira (21), tanto na Associação Grãos de Luz e Griô, como no Fórum da cidade. A ideia foi dar continuidade a ações e encaminhamentos de emergência para a Segurança Pública, além da implementação de políticas públicas que possam garantir o retorno e a permanência das famílias quilombolas na localidade. A reunião teve uma pauta intensa de reuniões com juízes, promotores, prefeitura e entidades.
Os participantes chegaram à conclusão de que a causa das mortes por conflito de território não pode ser descartada e que são necessárias medidas urgentes para garantir a segurança das famílias que permanecem no local. Segundo representantes do Instituto Nacional da Reforma Agrária (Incra), são nove propriedades no local, 1.400 hectares e 39 famílias quilombolas cadastradas.
Entre as instituições representadas estiveram o Conselho Estadual Quilombola, a Associação Quilombola do Remanso, a Ouvidora Nacional de Igualdade Racial, a Coordenação de Mediação de Conflitos da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, a Associação Quilombola da Iúna, a diretoria das escolas quilombolas da Iúna e Remanso, a Secretaria da Educação Municipal, a Procuradoria da República MPF, Defensoria Pública Federal.
Estiveram também a Fundação Palmares, UEFS, Associação Quilombo Volta Grande, Conaq, CPT-Comissão Pastoral da Terra- Irecê, AATR, Defensoria Pública do Estado da Bahia, Atendimento Ouvidoria DPE, Escola da Comunidade Quilombola do Remanso, Associação Grãos de Luz e Griô, Associação do Povoado São José, CPT Rui Barbosa, Câmara Técnica da Juventude da Chapada Diamantina e TiVi Griô.
A secretária de Educação declarou que todas as famílias retiraram seus alunos das escolas e que os próprios motoristas de ônibus se sentem ameaçados de circular na região. As famílias realizaram um pedido à Secretaria de Educação para transportar e transferir os alunos para escolas de outras comunidades. A Grãos de Luz e Griô solicitou a pressão dos poderes estaduais e nacionais.
Para eles é preciso a abordagem do assunto buscando um nível de consciência maior para a polícia local, promotoria local e juiz em relação à questão quilombola. Há preocupação de instituições como a Procuradoria do Estado e a Defensoria Nacional com a insegurança que tem impedido a política de educação, trabalho e moradia na comunidade. Representantes quilombolas, que disseram estar sendo ameaçados, pediram apoio do governo estadual. Já o Ministério Público se disponibilizou em atuar diretamente nas questões levantadas e a Defensoria solicitou uma atuação mais ativa da Fundação Palmares. Jornal da Chapada com informações de assessoria.
Confira vídeo da TiVi Griô sobre o caso em Lençóis