O aumento da violência no campo no Brasil expõe diretamente cerca de 93,8 mil famílias, o que deixou o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) perplexo nesta terça-feira (3). Atualmente, a região Norte do país é o foco dos debates sobre a exploração de terras, com a Amazônia tendo 977 áreas com conflitos. “Esse aumento é devido ao fim das políticas agrárias e das decisões desse governo golpista de Michel Temer, que teve o apoio dos ruralistas para golpear a Constituição. Dados divulgados essa semana apontam que nesse ano pelo menos 47 pessoas morreram somente nessas regiões, conforme aponta o Atlas de Conflitos da Amazônia, apresentado pela CPT [Comissão Pastoral da Terra]”, salienta Assunção com informações de nove Estados da Amazônia Legal. “Em 2016 foram no total 48 mortes, e neste ano neste período já temos 47. Tudo isso para saquear os bens naturais e manter os latifúndios nessas localidades”.
De acordo com Valmir, o governo federal deve reagir e ampliar as investigações e preparar operações para conter o avanço da violência no campo, principalmente nessas áreas de conflitos. O parlamentar acredita que as grandes corporações capitalistas deixaram um prejuízo ecológico enorme, e um rastro de violência contra os habitantes. Segundo os dados da CPT, esse é um dos piores momentos vividos pelos povos da Amazônia. “Os povos deste país estão sendo massacrados e oprimidos pelo capital que expulsa as populações tradicionais de seus territórios, proibindo-as de usar a terra e as águas para sua subsistência”, frisa o petista.
De acordo com os dados divulgados pelo CPT, o Estado que possui mais conflitos de terra é o Maranhão, que chega a 197 casos. Já em relação ao número de famílias afetadas, o Pará é o Estado com maior número, cerca de 20.498 famílias, e tem uma atenção maior à localidade de Anapu – a cidade em que a missionária Dorothy Stang foi assassinada. O CPT informa que não há falta de terras nessas regiões. O documento divulgado aponta que na Amazônia Legal, as terras devolutas somam o montante de 114.897.607 hectares, o equivalente a 13,5% das terras brasileiras.