Um grupo de trabalhadores rurais ligado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou o prédio do Incra, na capital baiana, na manhã desta segunda-feira (16). Um outro grupo, em Ponto Novo, no Norte baiano, formado por 450 famílias ligadas ao MST e ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) ocupou a sede do sítio Barreira, cuja área possui mais de 2 mil hectares. De acordo com informações preliminares, o grupo exige o retorno das políticas de reforma agrária pelo governo federal. O movimento também defende maior segurança no campo.
O governo federal, atualmente sob o comando do presidente Michel Temer (PMDB), tem cortado investimentos do Incra e da Funai, deixando o setor agrário em último plano e isso tem sido uma das bandeiras do MST. Essas ocupações querem a realização de uma reunião entre o presidente nacional do Incra com o Governo do Estado para garantir o cumprimento de dois acordos. O primeiro foi feito em 2011, com foco na desapropriação de áreas de celulose para Reforma Agrária e o segundo em 2007, que visa também o processo de obtenções de terras localizadas as margens de perímetros irrigados. O grupo pede ainda o retorno do Ministério de Desenvolvimento Agrário, que foi extinto após o impedimento da presidente Dilma.
As medidas impostas pelo governo federal visam cortar gastos com o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), que tem investido na escolarização de trabalhadores, e em demandas fundamentais para realização da Reforma Agrária, como o processo de desapropriação, nos créditos para produção, reformas e irrigação. Para Evanildo Costa, da direção nacional do MST, os cortes nas demandas voltadas à Reforma Agrária geram “uma grande paralisação de vários processos que são essenciais para o fortalecimento da produção, educação, saúde e desapropriação de áreas improdutivas”.
“Sem essas conquistas históricas, Temer quer travar imediatamente tudo que as famílias conquistaram até hoje. Nossa jornada de luta denuncia essas ações antipopulares e pauta a retomada dessa discussão junto com a sociedade baiana”, concluiu Costa. Jornal da Chapada com informações do MST.