Os pequenos produtores rurais do município de Utinga, na Chapada Diamantina, estão em pé de guerra depois que um representante do Governo do Estado anunciou durante uma reunião na última sexta-feira (20), na cidade de Wagner, que a Secretária de Meio Ambiente (Sema) do Estado da Bahia cortará a captação de água do Rio Utinga dos irrigantes com bombas acima de 5 cavalos de potência e que não tenham outorga do estado.
O secretário de Agricultura, Rafael Maia, disse em entrevista ao Jornal da Chapada que bombas com essa potência conseguem irrigar apenas duas tarefas, o que é muito pouco se tratando de produção agrícola. “Os produtores estão desesperados com a determinação e estão se organizando para participar de uma audiência pública na próxima quinta-feira (26) aqui em Utinga”, informou o secretário. Nessa audiência serão defendidas ideias como as suspensões intermitentes, que evoluíra caso a estiagem afete ainda mais o rio.
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Segundo Maia, ficou acordado entre a prefeitura e os produtores que haverá um racionamento do uso da água a partir desta terça-feira (24). “Eles não poderão irrigar apenas às terças, quintas e sábados”, afirmou Rafael. A prefeitura acredita que com essas medidas de racionamento o rio irá fluir normalmente, mesmo sofrendo com a estiagem, como se encontra atualmente. Os produtores clamam providências do governo estadual para o colapso econômico que a medida de lacrar as bombas pode causar na região, que tem no tomate, mamão e banana, culturas mais fortes do município.
“O momento é de buscar alternativas. O problema do Rio Utinga é antigo, e todos os anos as medidas são as mesmas, ou seja, os penalizados são os pequenos produtores rurais, já que nem a Embasa nem o Governo do Estado fazem nada para prevenir a situação”, declarou o prefeito Joyuson Vieira (PSL) após reunião realizada na manhã do último sábado (21) na Secretaria de Agricultura do município. Para ele, essa medida está sendo tomada a revelia dos mais interessados e terá efeitos irreversíveis na economia do município.
Jornal da Chapada