Os 44 anos de atuação e implantação de políticas sociais e culturais de inclusão do Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, foram reverenciados pelo deputado federal Valmir Assunção (PT-BA). Nesta quarta-feira (1º de novembro), o parlamentar lembrou das ações do bloco, da luta para se manter e da resistência que virou símbolo em todo o mundo. “Acima de tudo, hoje é um dia de luta e reconhecimento do povo negro do Brasil. São 44 anos de muita luta e resistência do Ilê Aiyê e tudo isso com a atuação do companheiro Vovô do Ilê, o amigo Antônio Carlos dos Santos, presidente e fundador do bloco mais belo dos belos. O bloco mantém o processo de fortalecimento da identidade étnica do negro. Também saúdo toda a comunidade da Liberdade e do Curuzu [em Salvador] que, junto com o bloco, resistem e preservam o simbolismo da cultura negra”, frisa.
Assunção ainda lembra do projeto de sua autoria (PL 296/2015) que, segundo ele, reforça mais o simbolismo da cultura negra com uma homenagem a Zumbi dos Palmares, que valorizou a história africana e auxiliou na construção da história do povo negro no Brasil. “É simbólico e será um reconhecimento grandioso para o povo negro do país tornar o 20 de novembro, data que comemoramos o dia da Consciência Negra, feriado nacional”. O parlamentar conseguiu aprovar a proposta na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal e agora deve ser apreciada em plenário pelos deputados. “Vamos valorizar ainda mais esse intercâmbio Brasil/África”, completa.
Nascido no Curuzu, no bairro da Liberdade, o Ilê Aiyê continua sua tradição instalado no local onde vivem mais de 600 mil pessoas. Foi em 1º de novembro de 1974, que a ideia se concretizou e com a visão de sempre preservar, valorizar e expandir a cultura afro-brasileira. O bloco é responsável ainda por enaltecer o carnaval de Salvador e marcar a festa com seu estilo próprio, que o credencia musicalmente. “É sempre um marco ter o Ilê nas ruas de Salvador, trazendo ritmos africanos para a cultura baiana. O bloco faz inúmeras homenagens a figuras marcantes do movimento negro na Bahia. Além do Ilê ser atualmente patrimônio da cultura baiana”, aponta Valmir.