O Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (ICEP) reuniu colaboradores, parceiros, autoridades, educadores, especialistas em educação e representantes da comunidade no último sábado (18), às 19h, no Chapada Hotel, no município de Seabra, localizado na Chapada Diamantina, para celebrar os seus 20 anos de atuação. Na oportunidade foi lançado o Álbum Biográfico, uma publicação que registra momentos marcantes da história da organização.
Fruto de um trabalho de planejamento estratégico para ganho de escala, a rede de municípios parceiros do Instituto foi ampliada. Em 2015, teve início a atuação na capital baiana, com a Formação do Território Colaborativo pela Educação de Salvador, composto por dez regionais. Em julho deste ano a parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SMED) foi renovada e o ICEP começou uma nova etapa do Nossa Rede – Projeto Pedagógico de Salvador, que tem o propósito de melhorar a aprendizagem dos alunos da rede municipal de ensino.
“Adaptar nossa metodologia e tecnologia para um município de grande porte foi um desafio enriquecedor”, explica a diretora-presidente e CEO do ICEP, Cybele Amado. Um dos destaques do trabalho do ICEP na capital baiana foi a produção dos cadernos pedagógicos de Língua Portuguesa e Matemática, do Ensino Fundamental I, construídos em 2016, de maneira colaborativa com os educadores da rede municipal. Além da primeira experiência com a Plataforma Digital Nossa Rede, para a dinamização do trabalho com a rede escolar de Salvador.
Entre os marcos do ICEP em 2017, além da celebração dos 20 anos do Instituto, está a Formação do Território dos municípios de Camaçari e de Vitória da Conquista, na Bahia. “E ainda temos muito a fazer: o ganho de escala e a adoção das novas tecnologias para ampliar o trabalho estão em nosso planejamento”, ressalta Cybele Amado.
Elisabete Regina Monteiro foi uma das quatro integrantes do primeiro grupo de formadoras do Projeto Chapada. Ela era professora em Salvador quando foi chamada a colaborar com a formação de colegas de municípios do interior do estado. Desde essa época, Bete “aprendeu a aprender” com os profissionais com os quais se relaciona: “Devo a cada um tudo o que sei”. Com isso, revela dois princípios marcantes da instituição. O primeiro é a crença de que ninguém é dono de todo o conhecimento; por isso, não há transmissão, mas construção do saber. O segundo: de que é na relação entre pessoas – entre os formadores e entre eles e os alunos – que todos aprendem. Atualmente, Bete é diretora pedagógica do ICEP e coordena o Território Salvador.
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Onde tudo começou
A semente foi plantada em 1992, pela recém-formada professora Cybele Amado de Oliveira, que deixou Salvador decidida a contribuir para mudar a realidade da única escola de Caeté-Açu (conhecido como Vale do Capão), distrito do município de Palmeiras. A infraestrutura precária, a falta de apoio aos professores e a ausência de orientação às famílias comprometiam o desempenho dos estudantes, que não evidenciavam aprendizagem adequada à série/ano de escolaridade.
Cybele prestou concurso para tornar-se professora no Vale do Capão depois de tomar contato com o cenário devastador da educação naquela localidade. A visita à escola do distrito ocorreu num período folga, ela foi passar o Carnaval na Chapada e ali descobriu que podia fazer algo para mudar aquela realidade. Passou a ficar famosa por ensinar ao ar livre, para fugir dos percalços que os buracos no telhado da escola causavam.
Da vivência na sala de aula veio a certeza de que era preciso investir na formação de professores. Junto com a Associação de Pais, Educadores e Agricultores de Caeté-Açu, Cybele esboçou o Programa de Desenvolvimento e Auxílio ao Professor e o inscreveu no Programa Crer para Ver, da Natura Cosméticos e da Fundação Abrinq, em São Paulo. Durante dois anos, os professores da rede municipal de Palmeiras se encontraram uma vez por mês para discutir didática, tanto da alfabetização como de outras disciplinas dos primeiros anos do Ensino Fundamental. Com informações de assessoria.