Por conta de ter nascido com um problema no fígado, o garoto Daniel Neves, de apenas 10 anos, teve os rins afetados e precisa cumprir uma rotina contínua no hospital. Durante o seu tratamento de hemodiálise, método de filtração do sangue por meio de um rim artificial, ele desenvolveu a arte de desenhar e pintar quadros. Agora ele pretende expor e vender suas obras no dia 1º de dezembro, às 18h, no Hotel São Salvador, localizado no bairro do Stiep, na capital baiana, acompanhado de uma apresentação do músico Alex Góes, para custear o seu tratamento.
Morador de Guanambi, na Bahia, o menino teve que ir até Salvador para fazer o tratamento da doença no Hospital Geral Roberto Santos. Convidada por um médico da unidade hospitalar a auxiliar Daniel com atividades, a psicopedagoga e arteterapeuta Cristina Fonseca vem ajudado o menino a desenvolver a parte mais técnica do desenho. No decorrer desse processo, surgiu a ideia de fazer uma exposição com os quadros de Daniel. “Eu tive essa ideia da exposição para incentivar e não tive ideia que as pessoas iam apoiar tanto. Hoje temos um grupo apoiando, o hotel, uma amiga conseguiu, é tudo doado. O material, tudo”, disse.
Cristina conta ainda que os recursos que serão obtidos com o evento serão destinados aos custos com o tratamento. Na fila de transplante para a doação de um rim, a família do garoto tem que estar preparada financeiramente para arcar com os gastos da ida a São Paulo, local onde pode ser feito o procedimento. “A gente pensou em dar uma ajuda de custo para família. Como ele tá na fila de transplante, ele vive na expectativa de qualquer hora aparecer o órgão. Você fica de malas prontas porque o transplante é em São Paulo. E o custo é alto de viver em Salvador.
A mãe não trabalha. Então esse dinheiro é para ajudar no tratamento, dar uma condição melhor, e incentivar ele a continuar pintando. Porque pintar é caro, tela é caro, tinta é caro”, contou, acrescentando que a ideia também é atrair um olhar mais voltado a doação de órgãos e tratamento de hemodiálise. A mãe de Daniel, Cleidimar Vieira Neves, de 45 anos, afirmou que as dificuldades são grandes. Ela sobrevive com ajuda de familiares e com um valor pago pela prefeitura da cidade.
“A gente mora em um apartamento de uma prima distante, ela passou pra gente. Aí pago o condomínio, e a gente vive também com benefício da prefeitura. A gente tinha que vir para uma casa de apoio, que não tem, e a gente recebe esse custo. Eu não posso trabalhar tenho que cuidar dele”, disse. Ela ainda afirmou que também tem custos com medicamentos para o garoto. “Alguns tenho que ficar comprando porque não acho na farmácia do governo”, contou. Jornal da Chapada com informações do Metro1.