O caso do estupro de uma jovem de 18 anos em uma boate de Jacobina, na Chapada Norte, está dando coragem para mais possíveis vítimas, do mesmo acusado, contarem seus casos. O suspeito Marcus Machado, 34 anos, que trabalha no comércio da cidade, foi apontado por outra jovem como autor de um estupro quando ela tinha 16 anos e estudava no Colégio Deocleciano Barbosa de Castro, naquela cidade.
Depois dos primeiros contatos com o site ‘Agora na Bahia’, a vítima aceitou gravar entrevista, com a condição de esconder o rosto e não ser identificada. Ela contou que Marcus começou a persegui-la e durante alguns dias foi para a porta da escola de carro. Em uma das oportunidades ele a agarrou pelo braço e, usando um cão da raça pitbull, fez graves ameaças, prometendo matá-la se houvesse qualquer denúncia.
Após isso, levou a estudante para a casa dele no bairro da Missão, um dos mais conhecidos da cidade, onde consumou o estupro, sempre diante de ameaças. A estudante diz que, logo após, voltou a ser ameaçada e a vida dela passou a ficar complicada por causa de problemas psicológicos que refletiram no rendimento escolar.
Ela explicou que o trauma pela ocorrência foi tão forte que, ao iniciar o namoro com um rapaz, tempos depois, não conseguiu ter uma boa relação por causa da coincidência de nomes: Marcus. Para evitar que a lembrança do crime estivesse cada vez mais próxima, ela preferiu terminar o namoro, mas nunca contou a ninguém, temendo ser morta ou ter alguém da família vítima do rapaz.
Depois que a notícia de que Marcus praticou estupro contra uma moça de 18 anos foi divulgada ela viu a foto de Marcus e não teve dúvidas. Além disso, tomou uma decisão importante: pela primeira vez, contar detalhes da ocorrência e recorrer à polícia para denunciar tudo, com a condição de não ter o nome divulgado, pois ainda teme a reação violenta dele ou dos parentes.
Segundo a garota, há outras vítimas desse mesmo rapaz. De posse da entrevista gravada em vídeo pela jovem, o ‘Agora na Bahia’ procurou o delegado titular da 16ª Coordenação de Polícia do Interior (Corpin), Eduardo Brito. Ele confirmou que Marcus irá responder por estupro e que já há outras acusações, mas que a condição dele permanecer preso vai depender da Justiça. No depoimento à polícia, Marcus disse que a relação sexual que teve com a moça foi consensual.
Ao saber do depoimento prestado por mais uma jovem contra o acusado, o delegado pediu para que ela compareça à delegacia a fim de formalizar os detalhes da ocorrência. E afirmou que, pela legislação, vítimas desse tipo de violência têm a identidade preservada. Jornal da Chapada com informações do site ‘Agora na Bahia’.
Clique entrevista completa com a jacobinense contando detalhes do estupro de que foi vítima