O vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis, negou que possa deixar o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) após a crise da legenda na Bahia, que envolve a família Vieira Lima. Segundo a Coluna do Estadão, do jornal Estado de S. Paulo, o emedebista pode ingressar no Democratas, partido do prefeito soteropolitano ACM Neto. Em entrevista à rádio Itapoan, em setembro do ano passado, o emedebista já tinha sinalizado que poderia sair da legenda, caso não houvesse uma renovação na agremiação.
“Se o PMDB [atual MDB] tiver uma nova cara e tiver independência, eu continuo. Senão, eu vou discutir a minha permanência no partido”, afirmou, na época. No entanto, ontem, Bruno Reis negou a especulação. “Não sou candidato em 2018 e não há necessidade de mudança de legenda”, ressaltou. Nos bastidores, os aliados do vice-prefeito contaram que o emedebista não descarta deixar o partido, mas qualquer decisão só será tomada entre o final de março e início de abril, quando o prefeito ACM Neto definirá sua decisão sobre disputar ou não o governo da Bahia.
A saída de Bruno do MDB para o DEM pode fazer parte também de outra possível estratégia. Se Neto deixar o Palácio Thomé de Souza neste ano, o Democratas perderá força política, já que Salvador é a única capital comandada pela sigla. O partido não administra nenhum estado. Logo a ida do vice-prefeito para a legenda de Neto, seria uma tática para o DEM manter a projeção nacional. Em face das especulações, os principais emedebistas baianos trataram de negar a provável retirada do vice-prefeito do Movimento Democrático Brasileiro.
“Desconheço. Nunca conversei com ele sobre isso. É uma liderança importante do MDB. Eu sempre converso com Bruno e ele mostra uma disposição de fortalecer o partido. É uma liderança que tem agregado. Sem dúvida, um dos responsáveis pelo crescimento do partido na capital”, disse o presidente interino do MDB da Bahia, o deputado estadual Pedro Tavares. Líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), o parlamentar Leur Lomanto Jr. também afirmou não acreditar na saída do vice do Thomé de Souza.
“Não acredito. Já tive com o Bruno várias vezes e ele está entusiasmado e motivado para comandar esse novo momento que o MDB da Bahia precisa”, falou, em entrevista à rádio Metrópole. O MDB baiano entrou em crise após a Polícia Federal prender, no ano passado, o ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, e abrir uma investigação contra o irmão dele, o deputado federal Lúcio Vieira Lima. Os policiais encontraram em apartamento ligado aos Vieira Lima R$ 51 milhões. Da Tribuna da Bahia.