O líder camponês paraibano João Pedro Teixeira teve seu nome reconhecido e inscrito no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria, graças a um projeto de lei do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA). Sancionado no último dia 8 de janeiro pela Presidência da República, o projeto, segundo o parlamentar baiano, é uma homenagem a todos os agricultores do país e dignifica a memória dos povos do campo e as lutas por reforma agrária e justiça social. “Principalmente nesse período em que a Pastoral da Terra divulga relatório apontando que o ano de 2017 foi o mais violento no campo com 65 mortes, superando a marca de 2016, onde 61 defensores da terra foram assassinados. João Pedro Teixeira é um marco na vida de quem luta por seu pedaço de terra para subsistência e trabalho. Ele foi responsável por fundar a primeira liga camponesa na Paraíba, foi morto por defender seus ideais e, depois de anos, tem seu reconhecimento”, salienta Assunção.
Em sua justificativa, o deputado federal petista salienta a história de luta de João Pedro Teixeira e descreve como é narrado o assassinato dele. “Sua atuação em defesa dos trabalhadores rurais no Nordeste o aproxima da história do acreano Chico Mendes, que ganhou notoriedade por batalhar em defesa do seringal e do meio ambiente na região amazônica. As Ligas Camponesas foram criadas inicialmente como associações e tinham objetivos definidos: prestar assistência social e defender direitos de arrendatários, assalariados e pequenos proprietários rurais”, destaca Valmir. Ele ainda completa que “ao inscrever o nome de João Pedro Teixeira no Livro dos Heróis da Pátria, fica consignada a nossa homenagem, a homenagem do MST e de todos os trabalhadores do campo brasileiro aos verdadeiros heróis do Brasil e do seu desenvolvimento econômico e social”.
Nascido em 4 de março de 1918, no distrito de Pilõezinhos, município de Guarabira a 90 quilômetros da capital paraibana, João Pedro Teixeira foi um ativo militante das causas camponesas no final dos anos 50. Combatia o latifúndio e suas práticas medievais, enfrentava ameaças de morte, castigos corporais e todo tipo de violência. Ele se destacou em Sapé, liderando pobres lavradores explorados pelos ‘barões da roça’. Foi casado com Elisabeth Teixeira, com quem teve 11 filhos. João Pedro foi assassinado com três disparos em 1962, vítima de uma emboscada planejada por latifundiários paraibanos. Ele voltava da capital João Pessoa e desceu do ônibus em Café do Vento, quando foi vítima de uma emboscada por três criminosos, entre os quais o cabo Chiquinho, que acabou denunciando os latifundiários Antônio Vitor, Aguinaldo Veloso Borges e Pedro Ramos Coutinho, como mandantes e planejadores do crime.