O governador Rui Costa viajou na última quinta (25) para São Paulo, onde participou da reunião da Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores na qual foi lançada a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto. A reafirmação da candidatura ocorreu após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) manter a condenação de Lula e ampliar a pena de nove anos e seis meses para 12 anos e um mês. Na avaliação do petista baiano, foi um “golpe na democracia” brasileira a posição da Corte, que sustentou a decisão do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Lava Jato na primeira instância.
“O resultado do julgamento não causa surpresa. Lula já havia sido condenado há muito tempo, mesmo sem ser apresentada qualquer prova contra ele. A pergunta que não quer calar é: Cadê a prova contra Lula? Na verdade, Lula não perdeu. Quem perdeu foi a democracia, quem perdeu foi o Estado Brasileiro de Direito. A democracia e o Estado de Direito Brasileiro sofreram um duro golpe, que assustou a comunidade do nosso país e as principais democracias do mundo”, afirmou.No entendimento do chefe do Palácio de Ondina, a decisão do TRF-4 entra “nas páginas de tristeza da história brasileira”.
Favorável à candidatura do ex-presidente, Rui Costa disse Lula é “a única pessoa” que pode “reconstruir o país”. Para ele, há um discurso de ódio no Brasil e é preciso pôr fim. “Defendo um Brasil sem ódio e sem ressentimentos, um país unido, que respeite o pensamento e a liberdade de expressão alheia, um Brasil que defenda, sobretudo, o direito de cada cidadão”, disse.
“Precisamos defender um Brasil mais justo e mais igual, sem preconceitos, um país livre e soberano… Sem preconceitos contra quem é negro ou branco, contra quem é pobre ou rico, contra quem é nordestino ou não, contra quem é empresário ou trabalhador. Ao manifestar minha solidariedade ao presidente Lula, defendo um verdadeiro pacto de Estado, um pacto de paz”, acrescentou.
Lula foi acusado pelo Ministério Público Federal de receber propina da empreiteira OAS. A suposta vantagem, no valor de R$ 2,2 milhões, teria saído de uma conta de propina destinada ao PT em troca do favorecimento da empresa em contratos na Petrobras. Segundo o MP, a vantagem foi paga na forma de reserva e reforma de uma cobertura triplex, no litoral paulista, cuja propriedade teria sido ocultada das autoridades. As informações são da Tribuna da Bahia.