Apesar das informações divulgadas de que os macacos não devem ser o alvo de ações de qualquer tipo nos casos de febre amarela, mas sim os mosquitos transmissores, 55 animais foram encontrados mortos em Salvador durante o mês de janeiro. Foram encontrados cinco feridos também. A suspeita é de que os animais estavam infectados pelo vírus da febre amarela. A situação está sob investigação. As informações foram divulgadas pela prefeitura na última quarta-feira (31).
De acordo com o órgão, amostras dos macacos foram encaminhadas para o Laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, para análise. Ainda não há detalhes sobre o resultado dos exames. Entre os bairros em que houve registro das mortes dos animais estão Ondina, Castelo Branco, Garcia, Sussuarana, Valéria e Pau da Lima, onde foi achado o primeiro animal morto com suspeita da doença.
Os macacos encontrados nesses locais foram recolhidos pela Guarda Civil Municipal. Conforme a prefeitura, após a identificação de risco, equipes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) foram encaminhadas para os locais para realização do bloqueio espacial, com borrifação de inseticida, com o intuito de eliminar possíveis mosquitos infectados.
Alerta
Conforme a prefeitura, os cidadãos não devem matar os animais, pois eles não transmitem o vírus da febre amarela, doença que tem como vetor o mosquito Aedes aegypti, o mesmo causador da dengue, zika e chikungunya. O macaco é um sentinela da doença, ou seja, indica quando ela está presente.
Segundo a prefeitura, ao matar um macaco, a pessoa pode responder por maus tratos e ser enquadrada no artigo 29 da Lei 9605/98 – Lei de crimes ambientais, com pena de detenção de seis meses a um ano, além de multa.
Aqueles animais encontrados ainda vivos, mas debilitados, são soltos na natureza após a realização de todos os exames necessários durante o período da quarentena, atestando boa saúde. Em 2017, foram registrados 13 macacos com confirmação de febre amarela em Salvador.
Vacinação
De acordo com a prefeitura, a vacinação contra febre amarela acontece de segunda a sexta-feira (exceto feriados), das 8h às 17h, em todas 126 salas de vacina da rede municipal. No entanto, não há registro da doença em humanos na capital baiana e nem nas outras cidades do estado.
Com objetivo de combater com maior agilidade a circulação do vírus nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, o Ministério da Saúde lançará uma campanha emergencial com doses fracionadas da vacina especialmente nessas localidades. Em Salvador, a estratégia iniciará após o Carnaval, entre 19 de fevereiro e 9 de março. Até o momento do início da campanha, quem ainda não se protegeu pode procurar os postos para tomar a dose padrão do imunobiológico.
Sintomas
A doença se torna aparente de três a seis dias após a infecção, de acordo com o Ministério da Saúde. Os sintomas iniciais são febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maior parte das pessoas apresenta uma melhora após tais sintomas. Cerca de 20% a 40% das pessoas que desenvolvem a versão mais grave da doença (15% do total de infectados) podem morrer. Jornal da Chapada com informações do G1BA.