O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou um ato político e ecumênico em memória do dirigente brutalmente assassinado Márcio Matos, o popular Marcinho, com o objetivo de denunciar a violência no campo e exigir celeridade nas investigações. As atividades aconteceram no último sábado (24), no galpão do Assentamento Boa Sorte, em Iramaia, na Chapada Diamantina, e foram marcadas por emoções. Nas homenagens, um encaminhamento foi aprovado e os assentamentos Boa Sorte e Curitiba, ambos em Iramaia, foram rebatizados e passam a se chamar Márcio Matos, com o objetivo de deixar vivo o legado político e histórico que o dirigente tem dado ao MST.
Para o dirigente nacional do movimento, Evanildo Costa, a luta não acabou. “Vamos ocupar as ruas para colocar todos os que matam Sem Terra na cadeia” e continuou, “para cada uma morte, nós vamos gritar mais forte que a Reforma Agrária é uma bandeira de luta popular em defesa, principalmente, da vida”, afirma. De acordo com publicação do site Voz do Movimento, a mística de abertura rememorou a trajetória política do dirigente, que se tornou uma referência para militância do movimento na Bahia e para o conjunto da organização a nível nacional.
Diversas representações da política estadual e nacional estiveram presentes, assim como os moradores do assentamento, organizações religiosas, amigos, familiares e parceiros do MST na região. Durante o ato, o discurso emocionado dos presentes pontuou a importância da luta travada por Márcio na defesa da reforma agrária popular e na construção de uma vida digna às famílias assentadas e acampadas do MST na Bahia.
Homenagens ao líder do MST
Para o Frei Joaquim, da Igreja Católica da cidade Boa Vista do Tupim, as lições históricas deixadas às gerações o tempo não apagará. “Nunca iremos esquecer do companheiro Márcio na luta de cada um. E isso nos motiva a permanecer em fé”.
A secretária de promoção da igualdade racial na Bahia, Fabya Reis, destacou que “sem dúvida nenhuma, esse é um momento difícil. Dar adeus aos nossos companheiros não é uma tarefa fácil, por outro lado, sabemos do legado deixado por Marcinho para nossas lutas. […] Estamos falando de um companheiro que doou a sua vida em defesa das causas coletivas e aqui reafirmamos o papel revolucionário que teve na luta popular”.
Nesse sentido, Fabya fez menção aos heróis históricos da classe trabalhadora que tombaram na luta e hoje inspiram as organizações sociais, como Carlos Marighella e Zumbi dos Palmares. Com informações do site Voz do Movimento.
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