A comendadora Zezé Negrão criou um poema em homenagem ao município de Itaberaba, na Chapada Diamantina, devido ao aniversário de 141 anos de emancipação política e administrativa da sua terra natal. Ela também fez referência às comemorações da Semana de Artes e Cultura. As celebrações ao aniversário da cidade chapadeira acontecerem em diferentes momentos durante as últimas semanas de março, antes e depois da data magna, dia 26.
Zezé Negrão escreveu o poema falando um pouco da sua terra e destacou a cultura da folia de reis e outros assuntos, como a atuação do trabalhador rural. A escritora lançará, em breve, um livro infantil bilingüe, português e inglês.
Além de poetisa, Zezé também é artista plástica, pesquisadora, contista, membro das Academias de Cultura da Bahia, da Internacional de Letras e Artes de Ciências da Argentina, de Letras e Artes de Fortaleza, de Artes e Letras de Feira de Santana, cidade qual reside, do Instituto da Poesia Internacional, do Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa em Portugal, da Associação Internacional dos Artistas e Escritores Brasileiros, ALAP no RJ, e ainda do Écrivains Luso-Suíço de Genève.
Ela possui obras e menções de locais importantes como o Museu do Louvre, em Paris, é detentora de diversos Títulos Honoríficos e seus trabalhos são reconhecidos em países da Europa e da América Latina. Leia abaixo a homenagem feita pela comendadora Zezé Negrão e um pouco do trabalho dela.
Jornal da Chapada
Falando da Nossa Terra
Nos certames da vida,
os nordestinos apresentam os seus ideais,
povo bravo destemido, honrado, possuidor de valores.
Citamos muitos destes, vindos lá do meu sertão:
Nelson, Lurdinha, Hamilton, Semyramis, até mestre Rosa,
vestiram-se de prosa, fazendo perpetuar a nossa história.
Agora vamos falar!
Aplaudamos nossa gente, que faz o Nordeste prosperar,
nosso povo mostra a sua grandeza,
tendo garras em seus objetivos, levando a terra a germinar.
Fortes influências damos para outras regiões do Brasil,
o que temos de melhor a apresentar.
A nossa agricultura é extensa, dando-nos vegetais, frutos dourados
com aromas maravilhosos, sabores de manjares reais,
para os nativos e visitantes degustarem.
O aboio do homem do campo, nos faz lembrar!
Da saborosa carne do sol que com a macaxeira
todos vão apreciar.
Falando da influência indígena que habitou por lá!
É comum assar as tilápias nas folhas da bananeira,
e batatas-doces nas brasas da fogueira.
Essa cultura vem da etnia “Berabas”,
primeiros habitantes que viveram na região do Arraial do Orobó,
hoje! Cidade de Itaberaba.
Ah! Se nós falarmos toda a nossa história,
em um dia não teremos condições de narrar.
Então! Vamos falar dos festejos e suas tradições que vivenciamos por lá.
Os eventos são de pompas,
vindo gente de todos os lugares!
Dentre eles citamos:
A folia dos reis, as almas de madrugada,
queima de judas (Semana Santa), os festejos juninos,
com suas danças, músicas e gastronomia típica,
a festa do Rosário, a tradicional procissão dos vaqueiros,
as romarias com os povos dando vivas e batendo palmas,
para homenagear a mãezinha.
Sem contar as disputas dos presépios,
que visitávamos para melhor apreciar.
É minha gente! A nossa terra é rica, para ninguém botar defeito.
Se fossemos contar, em prosa e verso o que já vivemos,
daria para escrever diversos livros,
com belas narrativas que iremos falar.
Acredito não ter sertanejo desolado, sempre
arranjando o jeitinho camarada, para se sair do verdadeiro sufoco.
Então! Nos disperçamos, aplaudindo nossa gente em pé,
mostrando ao universo, a força de seus valores,
de um povo transformador
nos Impasses da vida,
dando-nos a lição das lapidações n’alma,
com a visibilidade de uma existência com mais amor .
Zezé Negrão