Um dos estados brasileiros líderes de produção e comercialização pecuária, a Bahia comemorou na noite de quinta-feira (5), a certificação internacional ‘Brasil Livre de Febre Aftosa com Vacinação’, concedida pela Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE). Um jantar comemorativo, no Restaurante Boi Preto, em Salvador, reuniu autoridades, produtores e comerciantes baianos para celebrar a data. Durante o evento, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura do Estado (Seagri) assinou termo de cooperação técnica com os Correios e de convênio com o Fundo de Apoio à Pecuária do Estado da Bahia (Fundap).
“A Bahia já tinha alcançado o status de zona livre com vacinação. Agora, estamos avançando para ficarmos livres sem a vacinação. A expectativa é que até 2021 cheguemos a essa condição, o que vai nos permitir exportar os nossos produtos de origem animal para mercados mais exigentes, como o europeu, onde existe uma rastreabilidade maior dos animais utilizados. Aproveitando esse momento tão importante para a Bahia, estamos assinando esses dois documentos para nos aproximarmos ainda mais desse objetivo”, afirmou o titular da Seagri, Victor Bonfim.
De acordo com o fiscal da Agência de Defesa da Agropecuária na Bahia (Adab), Paulo Torres, o convênio com o Fundap permite elaborar ações de defesa realizadas em prol do pecuarista e para a proteção de seus animais. Já o termo de cooperação com os Correios, inédito em todo o Brasil, estabelece um controle no transporte de mudas agrícolas entre os estados.
“Hoje as pessoas compram pela internet mudas de plantas de todo o Brasil, que podem carregar doenças e disseminá-las. Essas mudas podem ser um agravo muito perigoso para nossas produções. A partir desse termo de cooperação, quando uma muda agrícola for transportada, a Adab será acionada e iremos verificá-la para doenças e quanto a sua origem”, enfatizou Torres.
O último caso de Febre Aftosa registrado no Brasil foi em 2006. A Bahia é considerada oficialmente livre da doença desde 2001. Para o presidente das Indústrias de Carne da Bahia, Júlio Farias, o momento é muito importante para todos os envolvidos com o agronegócio no estado. “Essa certificação reflete na vida do produtor e, por conseguinte, na economia do estado e nas relações internacionais, porque a Febre Aftosa é um dos grandes limitantes para que a possamos alcançar novos mercados e a superando, aumenta o nosso alcance”.
Sobre a Febre Aftosa
Doença infecciosa, altamente contagiosa, a Febre Aftosa é causada por vírus. Ela atinge animais de cascos bipartidos, como bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos. No Brasil, a prevenção é feita por meio de vacina obrigatória aplicada de seis em seis meses, a partir do terceiro mês de vida do animal. A vacinação é obrigatória a todos os criadores de animais, de forma que as recomendações do fabricante com relação à dosagem, prazo de validade, modos de conservação, entre outros, sejam obedecidas.