A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Nancy Andrighi, determinou na última quarta-feira (11) que o inquérito que investiga o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) seja enviado à Justiça Eleitoral do estado. A Procuradoria Geral da República (PGR) havia pedido ao STJ que enviasse à primeira instância as investigações sobre cinco governadores que haviam renunciado aos cargos para se candidatar às eleições de outubro. Além de Alckmin, são eles: Beto Richa (PSDB), do Paraná, Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, Confúcio Moura (MDB), de Rondônia, e Raimundo Colombo (PSD), de Santa Catarina. O argumento é que, como eles deixaram os cargos, perderam o foro privilegiado.
No caso de Alckmin, o inquérito foi aberto após a delação da Odebrecht. Delatores disseram que a construtora teria repassado dinheiro para campanhas de Alckmin ao governo paulista e que as quantias não teriam sido declaradas na prestação de contas. Ainda segundo delatores, um cunhado do governador teria recebido, pessoalmente, parte desses valores. Na quarta (12), Alckmin foi abordado por jornalistas após almoçar com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) em Brasília. Questionado sobre o pedido da PGR, disse que ainda não havia sido informado. Depois, disse: “A delação é de natureza eleitoral e sem nenhuma procedência. Isso vai ficar claro, é só aguardar um pouquinho”.
Crimes
As investigações apuram a prática de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, peculato e caixa dois. Dependendo do crime apurado, o procedimento pode ir para as Justiças Federal, Estadual e Eleitoral. Para os governadores do Paraná, Goiás, Rondônia e Santa Catarina, caberá ao ministro relator de cada procedimento decidir o novo foro. Não há prazo para que o STJ analise os pedidos.
Sobre a decisão de encaminhar o inquérito sobre caixa dois para a primeira instância, a assessoria de Raimundo Colombo declarou ter todos os elementos para fazer os esclarecimentos necessários. A defesa de Confúcio Moura declarou que vai aguardar a chegada do processo à primeira instância para fazer o devido acompanhamento. A defesa de Marconi Perillo declarou que a determinação da PGR é um procedimento normal e que segue confiando no Judiciário. Beto Richa afirmou que apresentará sua defesa em qualquer instância e que está ciente de que todos os seus atos foram pautados pela legalidade. Jornal da Chapada com as informações do G1.