Esta terça-feira, dia 17 de abril, completa 22 anos do massacre que matou 21 trabalhadores rurais em Eldorado dos Carajás, no estado do Pará. Até os dias de hoje, todos os responsáveis pelo crime ainda não foram punidos. Para o deputado federal e membro do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Valmir Assunção (PT-BA), a situação é de indignação e revolta. “O massacre aconteceu em 1996, e a data virou um marco histórico na luta pelo direito à terra no Brasil, entretanto, todos os culpados não foram condenados, mesmo com todas as provas. Temos de garantir a segurança do povo do campo. Os conflitos por terra vitimaram cerca de 70 pessoas em 2017, maior número desde 2003. E não poderia ser diferente. Com esse governo golpista, os latifundiários parecem que ganharam licença para matar”, dispara o parlamentar citando dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Pelo país, o MST vai realizar manifestações e engrossar as atividades do ‘Abril Vermelho’, inclusive reforçando a defesa do ex-presidente Lula e sua liberdade. “Lula foi quem mais fez pela reforma agrária neste país, criou, inclusive, políticas públicas que auxiliavam os agricultores familiares e assentados de reforma agrária a produzirem alimentos”, destaca Valmir. Para o dirigente nacional do MST, Evanildo Costa, o movimento segue cobrando punição aos envolvidos no massacre no Pará e também segue nas ruas em defesa de Lula e da democracia. “Hoje também completa dois anos do golpe contra Dilma. Estamos defendendo o direito de acesso à terra e não vamos esquecer daqueles que tombaram na luta. São 22 anos de impunidade, até hoje as pessoas sofrem com o crime. E nenhuma família foi indenizada. E nesse governo Temer, nesses dois anos de golpe, nós temos para mais de 150 trabalhadores assassinados. Trabalhadores que vêm resistindo à retirada de direitos que acontece”.
Ainda conforme Evanildo, esta terça é o Dia Mundial de Luta Camponesa e conta o golpe. “Essa semana na Bahia já fizemos várias ocupações de terras e vamos continuar a fazer essa semana, e ocupamos a Rede Bahia, ampliando o movimento nacional com a Frente Brasil Sem Medo, pedindo a liberdade de Lula e a revogação da perda de direitos dos trabalhadores”, completa. Um dos casos mais cruéis crimes de assassinato, o massacre de Eldorado dos Carajás marcou o dia 17 de abril na história do país envolvendo a Polícia Militar do Pará. Conforme Assunção, os culpados não foram devidamente punidos. Ele lembra que em maio do ano de 2012, o coronel Mário Colares Pantoja e o major José Maria de Oliveira foram presos e condenados, o primeiro a 228 anos e o segundo a 158 anos de reclusão, pelo massacre. “Foram 16 anos para que eles fossem condenados. Já os demais policiais não foram punidos e o governador da época Almir Gabriel [PSDB], morreu sem ter sido julgado pelo crime que cometeu”.