Uma lancha que transportava 71,5 kg explosivos foi apreendida por policiais na madrugada desta segunda-feira (30), por volta de 2h, na Baía de Todos-os-Santos, em Salvador. Durante a manhã, por volta das 7h, ainda existia movimentação de homens do esquadrão antibomba da Polícia Federal (PF) no bairro da Ribeira, na Cidade Baixa, onde a lancha estava posicionada na areia da praia, com muitas avarias. Segundo a polícia, dois ocupantes da embarcação foram detidos na ação. As identidades deles ainda não foram divulgadas. A numeração de identificação da lancha estava coberta com adesivos pretos. A suspeita é de que esses explosivos seriam utilizados em ataques a caixas eletrônicos.
Por meio de comunicado oficial, a Polícia Federal informou que o núcleo de polícia marítima do órgão foi acionado por volta de 4h da madrugada para abordar a lancha suspeita na Baía de Todos-os-Santos. As informações iniciais recebidas pela PF apontavam que vários homens estariam embarcando nessa lancha na praia de Caboto, em Candeias, quando foram abordadas por uma guarnição da Polícia Militar. Os policiais militares prenderam dois indivíduos e os outros teriam fugido, parte por terra e parte por mar, deixando três veículos abandonados no local.
Durante a perseguição da polícia aos bandidos houve tiroteio. Moradores da região da Ribeira filmaram o momento da ação. Ainda conforme a PF, a lancha foi encontrada mais tarde, à deriva, sem nenhum ocupante, e foi rebocada até a praia, quando se constatou a presença de grande quantidade de explosivos, além de 20 espoletins e 10 espoletas, material usado na detonação, e ainda ferramentas, balaclavas, luvas e colete balístico. Peritos do Grupo de Bombas e Explosivos da PF estiveram no local e removeram o material. Os dois presos foram encaminhados à Superintendência da Polícia Federal em Salvador, e os demais continuam sendo procurados.
Refém
Em entrevista à TV Bahia, o marinheiro que pilotou a embarcação contou que foi contratado por um dos homens, sem saber que se tratava de um grupo de criminosos. A função dele, que preferiu não ser identificado, era pilotar a lancha entre a Ilha de Itaparica e Salvador. Segundo ele, quando a embarcação chegou no bairro do Comércio, na capital baiana, homens armados o surpreenderam e entraram na lancha. Ele foi rendido e feito de refém.
Em um determinado momento da viagem, o marinheiro foi jogado ao alto mar pelos criminosos, durante a noite. “Quando chegou lá na frente do segundo navio, eles me jogaram no mar”, relembrou emocionado. O homem contou que nadou por cerca de quatro horas, no escuro e frio, para conseguir chegar em terra firme e acionar a polícia. Ele revela que as ondas estavam grandes e que teve medo de não ver mais a família. “[Pensei] que eu não podia mais ver meu menino, não ver mais minha família, mais ninguém. Pensei que naquele momento ali tinha acabo minha vida”, disse. Com informações do G1.
Vídeos divulgados
A Polícia Federal divulgou comunicado sobre a apreensão. Leia na íntegra:
“Salvador/BA – Na madrugada desta segunda-feira, por volta das 4:00h, o Núcleo de Polícia Marítima da Polícia Federal foi acionado para localizar e abordar uma embarcação suspeita na Baía de Todos os Santos.
Conforme informações recebidas, vários homens estariam embarcando nessa lancha na praia de Caboto, em Candeias, quando foram abordadas por uma guarnição da Polícia Militar. Os policiais militares lograram prender dois indivíduos e os outros teriam fugido, parte por terra e parte por mar, deixando três veículos abandonados no local.
A lancha foi encontrada mais tarde, à deriva, sem nenhum ocupante, e foi rebocada até a praia, quando se constatou a presença de grande quantidade de explosivos, além de ferramentas, balaclavas, luvas e colete balístico. Peritos do Grupo de Bombas e Explosivos da PF estiveram no local e removeram o material.
Acredita-se que o grupo planejava um ataque a caixas eletrônicos. Os dois presos foram encaminhados à Superintendência da Polícia Federal em Salvador, para adoção das medidas de polícia judiciária cabíveis, e os demais continuam sendo procurados”.