Um prédio de 24 andares pegou fogo e desabou na região do Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo, na madrugada desta terça-feira (1º). O local era uma ocupação de movimento de luta por moradia, e moradores afirmam que o fogo começou por volta da 1h30 no 5º andar e se espalhou rapidamente pela estrutura. O prefeito Bruno Covas (PSDB) afirmou que o trabalho para a remoção total dos escombros deve durar uma semana. Segundo ele, estavam inscritas na Secretaria de Habitação 150 famílias – 25% estrangeiras – que se identificavam como moradoras do edifício. Michel Temer esteve no local do incêndio no meio da manhã e foi hostilizado por pessoas que acompanhavam os trabalhos de resgate. Ao falar brevemente com a imprensa, o presidente descreveu a situação como “dramática”.
“A situação era uma situação dramática, tanto que aconteceu o que aconteceu. Nós vamos exatamente providenciar assistência àqueles que foram vítimas daquele desastre. Eu não poderia deixar de vir aqui, sem embargo dessas manifestações, porque, afinal, eu estava em São Paulo, e ficaria muito mal eu não comparecer aqui para dar apoio aqueles que perderam suas casas”. Sobre a posse do edifício, Temer completou: “O prédio era da União, e nós não pudemos pedir a reintegração, porque, afinal, gente muito pobre, naturalmente, uma situação um pouco difícil. Mas agora serão tomadas providências para dar assistência”. Ao se dirigir para o automóvel que o levaria embora, o presidente foi xingado e chamado de “golpista”.
O Corpo de Bombeiros concentra trabalho nos escombros do prédio. Dois cães ajudam nas buscam uma cadelinha que sabe localizar pessoas vivas e outra treinada para fazer buscas de mortos. Além de um homem desparecido (ele sumiu quando estava sendo resgatado na hora que o prédio desabou), os Bombeiros receberam a informação de moradores dizendo que uma mulher com duas crianças gêmeas também estavam desaparecidas. “Não podemos descartar a informação”, disse o capitão Marcos Palumbo. “Por causa disso já vamos fazer as determinadas ações priorizando a retirada das vítimas.”
“Não podemos mudar a estratégia, que é combater os focos de incêndio e fazer a remoção técnica dos escombros. Não posso remover com máquinas pesadas. Temos vítimas que podem ser atingidas caso façamos uma movimentação não adequada”. “Faremos a remoção manual e depois os elementos mais pesados, vamos ter de fazer com máquinas, mas com técnica”. Segundo Palumbo, a edificação está muito quente com 700ºC. Botijão de gás, material combustível, madeira. “Precisamos acabar com todos esses tipos de foco e depois remover os escombros. ”
Os Bombeiros também usam drones para ver a estrutura de prédios vizinhos ao que desabou. Palumbo destacou que os Bombeiros já alertou para os riscos que as pessoas de prédios ocupados correm morando em moradias como a que caiu. Um helicóptero também ajuda na ocorrência. Equipes do Samu, da Defesa Civil, da Companhia de Engenharia de Tráfego e da Polícia Militar trabalham no local.
Veja o momento em que o prédio desaba
Vídeos de Temer sendo hostilizado
Fotos do prédio antes do incêndio