A delegacia de Barra da Estiva, município da Chapada Diamantina, precisa passar por uma vistoria das autoridades competentes por conta da falta de estrutura necessária para funcionar corretamente. Isso além de retirar os encarcerados no local, pois já são responsabilidade da Justiça e não da Polícia Civil. O Jornal da Chapada conversou com o delegado Joildo Souza dos Humildes, que confirmou a precariedade dos serviços e a responsabilidade da Justiça para com os presos.
“É uma situação esdrúxula, não temos carcereiros na Polícia Civil. A prefeitura tem um carcereiro, mas que fica de segunda a sexta sempre das 8h às 18h, Quando ele vai embora, às 18h, os presos ficam entregues à própria sorte”, contou o delegado. Segundo ele, havendo uma agressão dentro das celas fora do horário de trabalho, os encarcerados podem até morrer sem assistência. “Inclusive tem um dos presos com hanseníase, com alto grau de contaminação segundo laudo médico, a remoção imediata foi solicitada, mas até hoje ele continua aqui”, afirmou Joildo.
“As condições são sub-humanas não porque queremos, mas porque não existe assistência”, desabafou Souza. O delegado disse que já existe ordem judicial para essa transferência, mas o preso continua em Barra da Estiva. Inclusive é preciso que alguma Comissão dos Direitos Humanos no estado confira essa situação no município. Segundo ele o juiz substituto responsável pelo município, já foi comunicado de toda a situação, mas ainda não houve resolução.
Joildo disse que na cadeia local há presos por todo tipo de crime e que a responsabilidade da Polícia Civil é até lavratura de flagrante, apenas. “Não somos policiais do judiciário”, disse relatando que não podem dar apoio caso aconteça alguma intercorrência fora do expediente de trabalho normal. “Estamos confiantes no juiz, que ficou comprometido com interesses da sociedade”, afirmou o delegado.
Por Adalício Neto / Jornal da Chapada