Parte da quadrilha que assassinou cruelmente o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Fábio Santos, no município de Iguaí, no sudoeste da Bahia, em 2013, foi presa nesta quarta-feira (11). Quatro pessoas denunciadas como mandantes e executores do crime tiveram suas prisões cumpridas por policiais da região. O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), membro do MST na Bahia, declarou que o caso ainda deve ter outros desfechos e que é preciso intensificar as investigações para que a “impunidade chegue ao fim”. Para o petista, o caso mesmo depois de cinco anos ainda causa profunda comoção entre amigos e familiares. “É um momento de grande importância para que a punição chegue aos responsáveis e que a família tenha um pouco de paz. Fábio era uma grande liderança do movimento e lutava por terra na região onde vivia. Parabenizo os policiais que realizaram as investigações e as prisões dos criminosos”, salienta.
Assunção lembra que Santos foi morto na frente de sua esposa e filha, com 15 tiros, durante uma emboscada ocorrida no dia 2 de abril de 2013. As investigações foram conduzidas pelo Grupo Especial de Mediação e Acompanhamento de Conflitos Agrários e Urbanos da Polícia Civil (Gemacau) e apontaram a existência de uma ‘associação criminosa’, composta por fazendeiros e pistoleiros que atuavam na região de Iguaí, Ibicuí e Nova Canãa. A denúncia destaca ainda que um dos motivos do crime foi a atuação da vítima em defesa da reforma agrária. Foram presos na operação o fazendeiro Délcio Nunes Santos, o comerciante Márcio Fabiano Cunha Borges e os vaqueiros Arenaldo Novais da Silva e Neuton Muniz da Silva. Além disso, na residência dos acusados foram encontradas armas de fogo. De acordo com informações, estão foragidos o fazendeiro Welder Leonardo Gusmão Amaral e Ricardo Neves de Oliveira – esse último apontado pela polícia como executor do crime.
O líder do MST Fábio Santos foi uma das principais lideranças do movimento no sudoeste da Bahia e seu assassinato mobilizou militantes durante todos esses anos para destravar o processo e exigir a punição dos culpados. Foram realizadas inúmeras vigílias em fóruns municipais, marchas e ocupações em todo o estado para pressionar a justiça por respostas. A direção do MST na Bahia celebrou a prisão de parte da quadrilha, nesta quarta, envolvida na execução de Santos e destacou “que as lutas em defesa da terra são centrais para garantir dignidade dos trabalhadores e das trabalhadoras do campo e da cidade”. O MST afirma também “que seguirá cobrando os órgãos competentes até que todos os responsáveis sejam presos”.