Por Alice Ita
O fato pegou a todos de surpresa na noite da última segunda-feira (16). Apesar de já haver um burburinho na cidade acerca da sessão ordinária, todos os presentes na Câmara de Vereadores de Itaberaba se viram perplexos diante do anúncio de Zenildo Aragão, o vereador Paraná (PP). A carta de renúncia, lida pelo vereador Niltinho, dizia que a decisão descrita era de ‘caráter irrevogável e irretratável, com efeitos imediatos’. O motivo, ‘de foro íntimo’, ficou ecoando nas mentes de quem assistia à leitura. No início de maio desse ano – precisamente no dia 7 de maio – o edil já havia se afastado alegando que “precisava cuidar da saúde”.
À época, quem assumiu no dia seguinte foi o suplente Amarildo Dias (PSB), que alçou esse posto por conta dos 789 votos nas eleições de 2016. E volta à cadeira, dessa vez, definitivamente, diante do cenário que se estabeleceu. Do mesmo partido do prefeito Ricardo Mascarenhas (PSB), tudo indica que Amarildo – caso siga a linha partidária – entra para a conta de vereadores aliados da gestão municipal na Casa Legislativa.
E à “renúncia irretratável”, a justificativa é a mesma. Em lágrimas, Paraná fez um discurso visivelmente penoso, difícil, onde cada palavra parecia sair a muito custo. Em um trecho, filosofou, aos prantos, dizendo que “há momentos na vida que temos que decidir pelo melhor viver. Como diria o sábio: quem não tem tempo de cuidar da saúde, terá que arranjar tempo para cuidar da doença”; deixando claro que o ‘motivo de foro íntimo’ seria algum problema de saúde, ou algum tratamento preventivo.
Na cidade, a discussão em torno do assunto é a estranheza causada pela atitude do vereador. Se no primeiro afastamento, a repercussão era de dúvida acerca dos motivos, agora com a renúncia, o que se propaga aos quatro cantos da cidade é a certeza de que a verdadeira razão para a saída abrupta da Câmara, está bem distante do que foi dito no discurso custoso do vereador Paraná.