Através da chamada interna nº 5, de abril deste ano, a Pró-Reitoria de Extensão do Instituto Federal da Bahia (Ifba), em parceria com o Polo de Inovação Salvador (Proex-PIS), vem apoiando projetos para a difusão da robótica. O Campus Jacobina foi um dos espaços contemplados com o recebimento de kits tecnológicos e recursos financeiros que darão suporte a um conjunto de atividades, incluindo cursos e estudos avançados, participação em eventos científicos, lançamento de canais de divulgação e até montagem de laboratório.
Com base na interdisciplinaridade e perspectiva lúdica da robótica, a meta do projeto é de que os estudantes envolvidos, tanto do Ifba quanto de outras instituições, experimentem, na prática, as possibilidades deste “admirável mundo novo”. Para o professor Vitor Teixeira, coordenador da iniciativa e engenheiro elétrico, ao lado do docente Tércio Graciano (eng. mecânico), ações como essa estimulam a criatividade e o empoderamento dos jovens enquanto futuros profissionais e cidadãos. Também participaram do processo de elaboração da proposta os professores Raimison Bezerra (eng. mecânico), Jonei Marques (eng. de minas), Beliato Campos (físico) e William Guterres (eng. elétrico).
“A robótica serve como ferramenta educacional no ensino de conteúdos transversais, que vão desde a eletrônica e mecânica às ciências humanas e sociais. O desafio de montar um robô, por exemplo, requer o domínio de uma gama de conhecimentos, facilmente alcançados quando se desenvolve o trabalho em grupo”, comenta Vitor. Dois alunos atuam como bolsistas: Andrey Rios e Jander Lopes, ambos do curso técnico de eletromecânica. Além deles, outros discentes se dividem em subgrupos, para dar conta de questões relacionadas à infraestrutura, bem como à produção de conteúdos e estratégias de divulgação.
Na opinião de Andrey, estar no projeto permite um maior aproveitamento dos saberes técnicos devido à aplicação de conceitos teóricos estudados no curso. “A principal atividade neste começo é a preparação para a modalidade prática da Olimpíada de Robótica (OBR), bem como a difusão do tema para que mais pessoas possam participar e conhecer esta área tão presente e essencial na sociedade”, explica.
Segundo o estudante, até sua chegada ao Instituto, não possuía nenhuma experiência ou contato com a robótica. “No meu primeiro ano no campus participei de algumas aulas ministradas pelo professor William, através das quais tive meu primeiro contato com o Arduíno e a lógica de programação. Já participei das olimpíadas de matemática, física e da modalidade teórica da OBR”, pontua.
Ao longo do processo, serão oferecidos cursos para toda a comunidade. Introdução à eletrônica, sistemas mecânicos e introdução à robótica móvel são alguns temas previstos. O cronograma das atividades segue até março de 2019, mas a ideia é transformar a proposta-piloto num processo continuado. A meta do grupo é garantir participação em torneios como a Olímpiada Brasileira de Robótica (OBR), RoboIFBA, First Lego League (FLL) e a Mostra Nacional de Robótica (MNR). “Também pretendemos tornar o nosso laboratório referência local/regional, promovendo visitas guiadas e torneios, por exemplo”, esclarece Vitor.
Olimpíada Brasileira de Robótica
Iniciativa pública, gratuita e sem fins lucrativos, criada e gerida por voluntários, sobretudo professores-cientistas, a OBR estimula jovens de todo o Brasil a utilizarem a robótica como ferramenta educacional. Considerada área estratégica e em expansão por todo o mundo, tendendo a se tornar uma das dez maiores áreas de pesquisa na próxima década, está diretamente associada ao universo das tecnologias e ciências, com diversas aplicações, possibilidades, produtos e tendências.
A primeira fase da modalidade teórica da competição aconteceu em 8 de junho, contando com a participação de 48 alunos do Campus Jacobina do IFBA. Três jovens se classificaram para próxima etapa: Marcos Paulo Lopes Oliveira Rios, do curso técnico de informática, com 73 pontos; João Victor Teixeira Silva (eletromecânica), com 69 pontos, e Kelvin Lima Alves (informática), com 65 pontos. A segunda etapa está prevista para o dia 24 de agosto, em Juazeiro/BA.
Participantes da 1ª fase, apesar de não classificadas, as estudantes do 3º ano de informática Ana Rafaella Braga, 18, e Tauane Pereira Sales, 17, destacam os aspectos positivos, não apenas da olimpíada, mas do campo da robótica em geral. “Percebi que fazer robôs tinha tudo a ver com informática, usamos muito a programação”, diz Ana, ao que a colega complementa: “Queremos incentivar os demais alunos a desenvolver tecnologia”.
Inspiradas pelo docente Willliam Guterres, que atualmente está no Campus Juazeiro, por meio de projetos com uso da plataforma Arduíno e os princípios da automação, as jovens estão montando um robô aos moldes do padrão da OBR a fim de competir na modalidade prática em 2019. Apelidado de “vagalume”, devido as suas luzes dianteiras, o robô já desvia de obstáculos.
“Estamos aperfeiçoando o protótipo para garantir a caminhada em linha reta, de acordo com as regras da olimpíada, que demanda o resgate de vítimas num cenário hostil e perigoso”, explica Ana, que integra a equipe de montagem de robôs com os kits Lego. Além do docente Vitor, acompanham as jovens o técnico de informática Hélder de Oliveira, Jailton Bezerra e Lucas de Oliveira, estes últimos técnicos dos laboratórios de eletromecânica. As informações são de assessoria.
Confira vídeos dos projetos de robótica