No próximo dia 12 completam-se exatamente dois anos da cassação de Eduardo Cunha no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília. Então presidente do Conselho de Ética da Casa, o deputado federal baiano José Carlos Araújo (PR) analisa o feito e relembra passagens marcantes do processo, considerado o mais longo da história da Câmara: “sofri muita pressão. De todos os lados, ameaçaram a mim, a meus filhos, a minha família; tive a vida pessoal e política revirada pelo avesso. Cunha era muito, muito poderoso naquela época” disse Araújo, que hoje disputa a reeleição.
Em outubro de 2015, o então presidente da Câmara dos Deputados foi alvo de representação promovida por deputados do PSOL e da Rede que pediam a cassação do seu mandato por quebra de decoro parlamentar. Cunha havia sido denunciado ao STF pela suspeita de ter recebido cerca de U$ 5 milhões em propina do esquema investigado pela Operação Lava Jato e acusado de manter contas secretas na Suíça. Em 12 de setembro de 2016, o parlamentar foi cassado por 450 votos a favor, 10 contra e 9 abstenções.
Ocupando atualmente o posto de vice-presidente do Conselho de Ética, o deputado José Carlos Araújo ainda diz lembrar claramente todos os percalços do julgamento e afirma que este (referindo-se às próximas eleições) é o momento de o eleitor fazer a sua parte votando em candidatos de ficha limpa e comprometidos com o combate ao crime de colarinho branco e à corrupção para que o brasileiro volte a ter orgulho dos seus representantes. “Eu fiz a minha parte. Servi ao meu país e atendi os anseios da população” avalia.