Contemplada como projeto de incentivo à aprendizagem (Pina) no Programa de Assistência e Apoio ao Estudante (Paae), a “Videoteca de saberes em Libras: construção visual da aprendizagem” reúne uma série de gravações que apresentam formas de cumprimento, verbos, sentimentos, bem como termos técnicos específicos da área de mineração. Iniciativa da intérprete de Libras do Campus Jacobina do Ifba, Agda Medrado, em parceria com a pedagoga Eliene Sales, o projeto conta com a participação dos estudantes do cursos técnicos integrados de mineração e informática, Samuel Rios (2º ano) e Jéssica Carolaine Barros (3º ano), respectivamente.
“Ao se pensar na implementação de uma política das diferenças e discutir acerca dos aspectos da educação inclusiva no âmbito da educação profissional e tecnológica, estamos buscando contemplar não apenas o acesso das pessoas surdas e/ou com necessidades educacionais específicas, mas a sua permanência, com êxito, no decorrer do processo formativo. Nesse sentido, este projeto visa à construção de uma videoteca por temas e componentes curriculares do ensino médio em Língua Brasileira de Sinais (Libras) a ser utilizada como recurso pedagógico visual para os/as estudantes surdos/as e os/as docentes, de maneira a subsidiar o processo de ensino e aprendizagem”, explica Agda.
Para a jovem Jéssica, 18, que teve seu primeiro contato com a Libras aos nove anos de idade como uma brincadeira de criança com a irmã, a experiência tem sido gratificante. “Participo de formações em Libras desde 2016, quando Agda ofertou curso básico. Na ocasião eu já dominava a datilologia [alfabeto], mas venho aprofundando conhecimentos na língua por meio de outros estudos, inclusive em casa e no contato com surdos. Depois que eu aprendi Libras minha personalidade mudou completamente, passei a olhar para o próximo de modo mais inclusivo, percebi o quanto os surdos são importantes para a sociedade. Eu fiquei apaixonada pela língua! Quero estudar Letras/Libras no ensino superior”, comenta.
“Momento Libras”
Os vídeos estão sendo produzidos e compartilhados semanalmente, através do canal oficial do Youtube, site do campus e redes sociais. O mural eletrônico, situado na entrada do Ifba, também está servindo como fonte de divulgação dos conteúdos. Durante os intervalos das aulas, de modo quinzenal, os bolsistas apresentarão sinais para a comunidade institucional a fim de aproximar o público ouvinte da cultura surda. Ao fim do projeto, previsto para maio de 2019, o acervo estará disponível em DVDs na Biblioteca.
Para a organização da videoteca, a equipe tem feito pesquisas em sites especializados, além de gravação autoral, contando com a colaboração do técnico em audiovisual Carlos Santana. Em conjunto com a docente da área de geologia Talita Gentil serão elaborados os sinais para compreensão da disciplina técnica, devido à chegada da 1ª aluna surda do campus, aprovada para o curso de mineração.
Instituído em março deste ano, o Núcleo de Apoio às Pessoas com Deficiência (Napne) do Campus Jacobina conta com o auxílio de Agda e Eliene, ao lado de Daniel Neves, técnico em assuntos educacionais e coordenador do grupo, e do professor de artes André Luiz Lima. As informações são assessoria.