Um perfil no Twitter criou uma campanha para rebater a proposta da deputada estadual eleita Ana Caroline Campagnolo (PSL-SC), que queria que alunos gravassem professores “com viés político-partidário” que se expressassem insatisfeitos pela eleição de Jair Bolsonaro. O autor da conta propôs doar R$ 5 mil à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) caso 100 ‘gemidões do zap’ fossem enviados para o número criado pela parlamentar para realizar as denúncias. A campanha fez sucesso.
Nas caixas de mensagens, internautas aparentemente “denunciam” os professores e acrescentam “a prova do crime”. “Olha o áudio do meu professor humilhando um colega de classe que declarou voto no Bolsonaro”, enviou uma usuária pelo WhatsApp, seguido do áudio constrangedor. Em uma hora, a campanha já tinha ultrapassado a marca das 100 mensagens enviadas.
Aliada ao presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), através de um comunicado nas redes sociais, a deputada catarinense pede que os alunos, de forma anônima, enviem vídeos e informações com o nome do docente, da escola e da cidade. Após a iniciativa, o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) disse que vai investigar a conduta da parlamentar. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, a 25ª Promotoria de Justiça de Florianópolis instaurou, via ofício, um procedimento para apurar possível violação ao direito à educação e adotar as medidas cabíveis.
Estudantes e professores, através de uma petição online, pedem a impugnação do mandato de Ana Caroline. De acordo com a nota publicada, a parlamentar incita o ódio ao afirmar inverdades, provocando um ambiente escolar insalubre. Ao todo, cerca de 250 mil pessoas já assinaram a petição – número maior do que os votos da deputada: quase 35 mil. Jornal da Chapada com informações de Rede Brasil Atual.