O café produzido na Chapada Diamantina já virou case de sucesso em vários eventos, festivais e concursos nacionais e internacionais. É tão apreciado, que é exportado para o vaticano e já virou o café oficial do Papa Francisco. Entre os vários prêmios recebidos este ano, está o Cup Of Excellence 2018, um concurso para avaliar cafés especiais. Entre os 37 premiados na categoria “Pulped Naturals”, de cerejas úmidas despolpadas ou descascadas, 46% saíram de cafezais da Chapada. No total, 17 produtores de Piatã e um de Barra do Choça estão na lista dos melhores cafés do mundo. Com o café reconhecido, em vários concursos, nacionais e internacionais, a Chapada Diamantina, além de destino turístico, passa a ser uma região disputada entre os amantes do café gourmet.
O Cup of Excellence é realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) em parceria com a Alliance for Coffee Excellence (ACE) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Durante as etapas do concurso, 29 juízes de dez países diferentes avaliaram mais de mil lotes de cafés especiais da safra 2018. Os vencedores foram escolhidos entre os 300 selecionados para a etapa final. Os grãos colhidos nos morros da Chapada Diamantina produzem cafés com características peculiares e se tornaram muito conhecidos pela sua qualidade e sabores especiais. Essas características advindas de fatores geográficos e de manejo tradicional, gerando um produto diferenciado, são alguns dos elementos que credenciam o café da chapada para pleitear um registro de Indicação Geográfica (IG).
Para Luciano Seixas Ivo, consultor do Sebrae e especialista em Inovação e IG, além de reconhecer oficialmente a região que produz cafés especiais, o selo de qualidade será um registro que poderá agregar ainda mais valor ao produto. “O café cultivado na Chapada Diamantina se destaca dentre vários que são produzidos em regiões tradicionais. Encaminharemos para o registro das IG no INPI em um futuro próximo”, explica. Renato Rodrigues Alves da Chácara Vista Alegre em Piatã é diretor comercial da Cooperativa de Cafés Especiais e Agropecuária de Piatã (Coopiatã) e um dos produtores que ganharam prêmio nesta edição do Cup of Excellence 2018. Para ele, a associação tem um papel fundamental nesta conquista.
“O desafio de montar a nova cara da associação é grande, mas já vemos resultados muito positivos nesta gestão que busca o melhor para os 50 produtores que são associados”, ressalta. O produtor ressalta também que, com a premiação, o café fica valorizado e o produtor feliz com o reconhecimento. “Nosso café já é reconhecido pela qualidade e isso nos motiva a buscar sempre o melhor. Para se ter uma ideia, o café premiado chega a ser vendido em leilão, por um valor que chega a 500% a mais, do que o valor de mercado. Isso é prova do reconhecimento e da qualidade do café que é plantado na Chapada”, explica. Para ele, a Indicação Geográfica seria um fator fundamental para comprovar a origem do café da Chapada, inclusive o de Piatã, onde os fatores como clima e altitude garantem notas sensoriais ao café, que não são encontradas em nenhum outro lugar do país.
Produtoras
No início de novembro, um grupo de produtoras da Chapada Diamantina visitou a Semana Internacional do Café, que aconteceu em Belo Horizonte, entre os dias 7 e 9, e participou do concurso Florada Premiada realizado pelo Grupo 3 corações, empresa tradicional no ramo de cafés, em parceria com a Associação Brasileira de Cafés Especiais(BSCA). No total, 650 mulheres produtoras de café de todo Brasil se inscreveram, e as grandes vencedoras foram da Chapada.
Na categoria Via Úmida, onde o café é descascado e despolpado, os três primeiros lugares foram da cidade de Piatã.
O 1º lugar foi para Creusa Santana, o 2º lugar para Patrícia Rigno, e a 3ª colocação saiu para Deuseni de Oliveira. Já na categoria Via Seca, onde o café é seco naturalmente, a grande campeã foi Tainã Bittencourt, do café Chácara Vista alegre, que também levou o prêmio de melhor café por região, obtendo a maior pontuação de todas as categorias, com 91.27 pontos, e representando a Chapada Diamantina.
O concurso Flora Premiada distribuiu R$ 25 mil para o primeiro lugar, R$ 15 mil para o segundo e R$ 10 mil para o terceiro, além de comprar todo o lote da produtora pelo dobro do preço do mercado. O prêmio foi criado especialmente para as mulheres produtoras e visa reconhecer o trabalho árduo e de excelência que elas fazem no plantio e na colheita de cafés especiais. Jornal da Chapada com informações da Agência Sebrae de Notícias Bahia.