O ano letivo na rede estadual de ensino será iniciado em fevereiro, de acordo com a Secretaria de Educação do Estado da Bahia, mas a volta às aulas em escolas particulares ocorre no final deste mês. Especialistas da Central Nacional Unimed alertam que os pais e professores devem ficar atentos aos problemas de saúde que podem ser gerados ou agravados nas crianças e adolescentes, em decorrência do transporte inadequado de livros e material escolar.
Todo cuidado é pouco na hora de escolher a mochila. No momento da compra, é preciso analisar outros critérios, além do preço, design e beleza. A principal preocupação que os pais devem ter é com o peso que será colocado nas costas dos filhos ou deslocado por eles, caso o modelo escolhido seja de rodinhas. A dica é do fisioterapeuta Bruno Moitinho, da clínica de Atenção Integral à Saúde da Central Nacional Unimed em Salvador.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, é fundamental levar em conta alguns fatores: o peso da mochila não deve ultrapassar 10% do peso da criança. Por exemplo, uma criança com 40 Kg não pode ter uma mochila que pese mais de 4 kg. “É recomendável optar por mochilas de alças acolchoadas, firmes e reguláveis, com largura mínima de quatro centímetros, e modelos com cinto abdominal, que ajudam a equilibrar o peso”, ensina Bruno Moitinho.
A Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRC) estima que entre 60% a 70% dos problemas de coluna na fase adulta são gerados por sobrecarga de peso e esforços repetitivos na infância e adolescência. Os problemas mais comuns decorrentes do uso de mochila inadequada ou do transporte de peso em excesso são “a hipercifose, conhecida popularmente como corcunda, e a escoliose, que é conhecida como coluna em s”, explica o fisioterapeuta.
É preciso orientar crianças e adolescentes para que utilizem as mochilas de forma adequada. Ela deve ser posicionada para que fique centralizada na coluna vertebral, com as alças ajustadas simetricamente nos ombros. “Dessa forma há uma distribuição adequada do peso, minimizando a necessidade de inclinações para compensações – que geram sobrecarga nos músculos, ossos e articulações, potencializando o desenvolvimento de dores e lesões”, orienta Bruno Moitinho.
O tamanho da criança deve ser levado em consideração, as alças devem ser reguladas de forma que a parte inferior da mochila fique na linha da cintura ou um pouco abaixo, mas nunca abaixo da altura dos glúteos. O ideal é colocar na mochila apenas o material escolar e, se possível, guardar o material mais pesado no armário da escola. Brinquedos e outros objetos não devem ser colocados nas mochilas.
Mochila de rodinhas
As mochilas com rodinhas também são aceitáveis, desde que respeitem a carga de no máximo 10% do peso corporal, e não devem ser utilizadas por crianças que tenham que carregá-las para subir escadas, pois isso gera postura inadequada e dores na coluna. As crianças tendem a aceitar melhor o modelo com rodinhas, mas quando chegam à adolescência querem carregar as mochilas nas costas.
Os pais e professores devem ficar atentos às queixas em relação a dores nos ombros, nas costas e nos joelhos. “Nesses casos é preciso redobrar os cuidados com a postura e transporte de material escolar, e é recomendável consultar um especialista, para que o problema não evolua”, alerta o fisioterapeuta. As informações são de assessoria.