A criação de galinhas caipiras e produção de ovos tem sido uma excelente opção de geração de alimento e renda para diversas famílias rurais do município de Campo Formoso, no centro-norte da Bahia. Para incrementar mais ainda esta atividade tão tradicional no sertão, dezenas de famílias rurais do município estão recebendo assistência técnica e investimentos que estão proporcionando mais resultados para esta atividade. Seu Valdivino Vieira, morador da comunidade Algodões, é um dos mais conhecidos criadores de galinha e produtor de ovos do município. Ele diz que sua produção melhorou depois da chegada de uma cisterna de produção e alguns canteiros onde ele já iniciou mais um plantio de verduras.
Dezenas de outras famílias da região, contempladas pelo Pró-Semiárido, também receberam os mesmo benefícios. O Pró-Semiárido é um projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), órgão da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado da Bahia (SDR), cujos recursos são frutos de Acordo de Empréstimo contraído pelo Governo da Bahia junto ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA). Seu Valdivino já trabalhou com criação de galinhas em granjas no interior de São Paulo.
Com boa experiência no ramo, ele fala da importância de vacinar as aves, de organizar e limpar as instalações e providenciar uma boa alimentação, mesmo que ainda seja preciso comprar algum complemento. Mas o criador tem planos de ampliar a área onde ele cultiva andu, palma e mandioca usadas na alimentação das aves. Ele diz que com a ampliação dessa área e o armazenamento de forragens, suas galinhas terão comida o ano inteiro e assim nunca faltará ovos e carnes nem para a alimentação da família nem para os clientes que compram sua produção, seja na cidade, por meio de encomendas, ou direto em sua propriedade.
“Não tenho que reclamar das vendas que tem gerado um recurso pra investir nas galinhas e ainda sobra alguma coisa pra abastecer minha casa”, diz o criador que também se mostra animado com a possibilidade de levar seus produtos para uma Feira Agroecológica que a prefeitura local e outras organizações propõem em manter semanalmente na cidade.
A técnica em agropecuária Cristina Barreto, colaboradora do Irpaa, entidade que presta assistência técnica às famílias da região, diz que a forma tradicional de produção de Seu Valdivino serve de orientação para muitas outras famílias e que sua diversidade de cultivos associados à criação das aves fez com que sua experiência sirva de modelo até para famílias de criadores de outras regiões.
A técnica também se anima com a ideia da Feira Agroecológica como um espaço de organização das comunidades que, segundo ela, produzem suficiente, considerando também as frutas, verduras e hortaliças que têm nas comunidades. “Se eles juntam, a produção aumenta e terão mais saída e um maior rendimento. E com o tempo, eles poderão até fornecer seus produtos para a merenda escolar”, afirmou Cristina.
Para o jovem Leonardo Santos, Agente de Desenvolvimento Rural (ACR), que mobiliza as famílias da região para as atividades do Pró-Semiárido, a comunidade de Algodões e as demais que compõem o Território Rural de Pau Ferro e Sobrevivência, são muito organizadas e solidárias na busca de melhores condições de vida. Para Leonardo, o sucesso na produção, com destaque para a criação de galinhas, por exemplo, é tudo fruto dessa organização. As informações são da Agência Chocalho.