O ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro (PSL), Ricardo Salles, disse em entrevista ao programa ‘Roda Viva’, da TV Cultura, na noite da última segunda-feira (11) que não conhece e que já ouviu referências positivas e negativas sobre o líder seringueiro Chico Mendes, falecido em 1988 e reconhecido internacionalmente como defensor da floresta amazônica. No final do programa, o ministro foi indagado a falar sobre o líder seringueiro e, pressionado pelos entrevistadores, declarou que é pragmático.
“O fato é que é irrelevante. Que diferença faz quem é o Chico Mendes neste momento?”, perguntou o ministro. Na entrevista, o Salles voltou a defender um modelo de autolicenciamento ambiental e sustentou que a definição de “focos” em casos mais complexos poderá evitar a repetição de tragédias como o rompimento das barragens de Brumadinho, em janeiro deste ano, e Mariana, em 2015.
O ministro defendeu que um modelo no qual o licenciamento pode ser feito de forma automática pode servir, por exemplo, para o caso de uma pequena supressão de vegetação em área rural ou a troca do plantio de uma cultura por outra. “A pessoa faz a autodeclaração sob as penas da lei e, ao estado, cabe fiscalizar depois”, sustentou Salles. Ao blog ‘Politicando’, do jornal O Globo, o jornalista e ex-deputado federal Fernando Gabeira afirmou que Salles foi “arrogante” quando disse que não sabia quem era Chico Mendes.
“Não creio que ele ignore a passagem de Chico Mendes por Xapuri. Salles dirige, entre outros, o ICMBio, que se chama Instituto Chico Mendes e é responsável pelos parques nacionais”, destacou Gabeira. “Muito possivelmente, o ministro tenha uma interpretação própria da história moderna do Acre. Mas ele não a revelou. A história oficial continua considerando Chico Mendes um mártir na defesa da Amazônia”. As informações são de O Globo.
Veja trecho do ‘Roda Viva’
Entrevista completa com o ministro Ricardo Salles