As atividades de limpeza da fábrica Bomix, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, estão paralisadas por tempo indeterminado. Nesta segunda-feira (18), os terceirizados que atuam na empresa denunciaram, durante manifestação, a situação de assédio moral praticado pela empresa. De acordo com a coordenadora-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Pública, Asseio, Conservação, Jardinagem e Controle de Pragas Intermunicipal (SindilimpBA), Ana Angélica Rabello, as denúncias são graves e a Bomix já é reincidente em casos de assédio moral e deixa o ambiente de trabalho com 23 funcionários terceirizados de limpeza insustentável. “Os profissionais apontam que os diretores da empresa praticam extremas ações de violência psicológica cotidianamente. Relatos apontam que os trabalhadores são conduzidos por seguranças para beberem água, por exemplo. Nenhum deles circulam livremente”, frisa.
Conforme Ana Angélica, a direção do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Química, Petroquímica, Plástica, Farmacêutica (Sindiquímica) acabou de sair de uma greve que durou ao menos quatro dias e os trabalhadores também reivindicam a presença do Sindicato dos Vigilantes (Sindivigilantes) para ampliar o protesto. “O dono da empresa é Miguel Rosário, que pega os trabalhadores pela camisa e sai puxando. Quem atua na fábrica são terceirizados da empresa MAP, via contrato de limpeza. É uma grande vergonha para a nossa classe”, completa. A batalha contra o assédio moral também contou com o apoio do vereador de Salvador, Luiz Carlos Suíca (PT), que representa a categoria. Segundo o edil petista, uma reunião deve ser agendada para resolver a situação. “É um total absurdo o que acontece nessa fábrica, os funcionários não podem transitar de forma livre. Um flagrante ato de discriminação e de assédio, sem contar que é desumano deixar os trabalhadores sem poder se alimentar na parte interna da fábrica”.
Suíca também diz que os funcionários são obrigados a ficarem com fome durante o trabalho. Ele aponta que são os diretores da empresa que determinam horários de uso do banheiro e até são impossibilitados de falarem com parentes durante o expediente. “Todos nós que atuamos em sindicatos sabemos que assédio moral é crime, conforme o Código Civil Brasileiro. Temos de cobrar punição e atuação do Ministério Público da Bahia sobre o assunto. A empresa tem de se responsabilizar por tudo que faz os trabalhadores passarem. Toda essa atuação esdrúxula cabe indenização para as vítimas”, destaca. O SindilimpBA dialoga com a Central Única dos Trabalhadores (CUT Bahia) e com outros sindicatos envolvidos para resolverem a situação o mais rápido possível. Uma reunião deve ser convocada para tratar do assunto e se não tiver acordo, os trabalhadores seguirão paralisados.