Uma segunda denúncia por agressão sexual foi apresentada contra o núncio apostólico na França, monsenhor Luigi Ventura, informou nesta segunda-feira 18 uma fonte anônima da prefeitura de Paris. A Procuradoria de Paris abriu uma investigação em 24 de janeiro contra o prelado de 74 anos, depois que um funcionário municipal alegou que Ventura o assediou durante uma cerimônia em 17 de janeiro. A nova vítima seria outro funcionário municipal, segundo a fonte. O ataque teria ocorrido um ano antes, mas “durante o mesmo tipo de cerimônia”. O ex-funcionário foi vítima dos “mesmos atos” que os relatados recentemente pela outra suposta vítima.
Os “mesmos atos” significam “apalpar as nádegas” do funcionário público. “Eu estava na primeira fila, a dois metros de Anne Hidalgo (prefeita de Paris), quando uma pessoa se aproximou pela esquerda. Estava ocupado trabalhando, então não me virei. Ele colocou a mão esquerda no meu ombro e com sua mão direita apertou minhas nádegas (…) com um sorriso descontraído, como se fosse algo normal. Congelei, estávamos em plena cerimônia, saí dali”, relatou este. “Naquela época, ele não denunciou os fatos”, segundo a fonte da prefeitura.
“Ele já não trabalha para nós, mas nos escreveu um e-mail para nos contar o que aconteceu e nos dizer que apresentou uma denúncia contra o núncio”. Após a revelação deste caso, que vem à tona num momento em que a Igreja Católica enfrenta em vários países vários escândalos de abuso sexual, o jornal católico francês La Croix diz que recolheu testemunhos de outras supostas vítimas do representante do papa, que alegam ter vivido experiências semelhantes às descritas pelas duas supostas vítimas. Ventura é o representante diplomático da Santa Sé na França desde 2009. Antes disso, foi padre na nunciatura do Brasil, da Bolívia e do Reino Unido. Mais tarde, serviu como núncio apostólico na Costa do Marfim, no Burkina Faso, no Níger e no Chile. As informações foram extraídas da Carta Capital.