Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, foi preso nesta terça (19), em São Paulo, pela Polícia Federal (PF) na 60ª fase da Operação Lava Jato. Ele fará, ainda nesta terça, exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). A sua remoção para a sede da PF, na Lapa, zona oeste de São Paulo, está prevista para o início da tarde. Ele será mantido na carceragem até sexta-feira (22).
Posteriormente, Paulo será levado para Curitiba, onde permanecerá detido. Paulo é apontado como operador de esquemas que envolvem o PSDB e um complexo esquema de lavagem de dinheiro de corrupção praticada pela Odebrecht entre 2007 e 2017. As transações superam R$ 130 milhões, saldo de contas controladas por Paulo Preto, na Suíça, no início de 2017.
Ações penais
Ele é réu em duas ações penais envolvendo as obras do Rodoanel Sul e do Sistema Viário de São Paulo. A ação que julga o crime de peculato, ou seja, desvio de dinheiro público, foi anulada em liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do Superior Tribunal Federal (STF), no último dia 13.
Nessa ação, Paulo Vieira de Souza foi preso duas vezes. Logo após a denúncia, ele foi detido por ameaçar uma ré colaboradora. Ele usa tornozeleira eletrônica. A segunda ação, de crime por formação de cartel no Rodoanel Sul e no Sistema Viário de São Paulo, está na fase em que testemunhas de defesa são ouvidas.
Bunker de R$ 100 milhões
A PF cumpriu 12 mandados de busca e apreensão e um de prisão na 60ª fase da Operação Lava Jato, chamada de Ad Infinitum. De acordo com o delegado da Polícia Federal Alessandro Vieira, Souza deveria seguir para Curitiba (PR) ainda hoje, mas ficou em São Paulo a pedido do Ministério Público porque tem “compromissos judiciais” na capital relativos a outros processos, como uma audiência na manhã desta terça-feira.
“São pessoas investigadas e que respondem a outros processos criminais. Temos a sensação de que estamos diante de um ciclo interminável de corrupção e lavagem de dinheiro”, afirmou o delegado. De acordo com o procurador da República Roberson Pozzobon, Paulo Vieira participou de lavagem de mais de R$ 100 milhões. A operação envolve a Odebrecht e também investiga os outros supostos operadores do esquema Rodrigo Tacla Duran, Adir Assad e Álvaro Novis.
Nos depoimentos, os operadores disseram que Paulo Vieira tinha um bunker para guardar propinas de mais de R$ 100 milhões e que chegava a colocar notas para “tomar sol” para evitar bolor. “O bunker de Paulo Preto (sic) tinha o dobro do bunker do Geddel (Vieira Lima)”. As informações são da Agência Brasil e da Istoé.