O projeto do senador da República Ângelo Coronel (PSD-BA), que propõe o fim da cota de 30% para candidatura de mulheres nas eleições do país, rendeu críticas para ele esta semana. De acordo com o vereador de Salvador Luiz Carlos Suíca (PT) “a proposta não tem fundamento” e representa um “ataque aos direitos das mulheres”. O petista diz que “não é porque o PSL errou ao criar candidaturas ‘laranjas’ que vai se propor uma lei para acabar com um direito conquistado”. Suíca criticou o fato de Coronel ter sido eleito na chapa do governador Rui Costa (PT).
“Na campanha foi uma coisa e agora coloca as mangas de fora. Defendi no início da campanha de 2018 o nome da senadora Lídice da Mata [PSB], mas sou de grupo e me pediram para ajudar a eleger Coronel. Coisa que me arrependo amargamente. Peço desculpas para minhas filhas, irmãs, para minha esposa e para a alma da minha mãe. Nunca pensei que fosse sentir tamanha vergonha. É cada eloquência que as vezes a gente pensa que é fake news ou apenas uma medida para ‘se aparecer’ já que está longe dos holofotes. Antes era o centro das atenções quando presidente da Assembleia”, critica.
Na justificativa, Coronel disse que a regra em vigor cria um “estímulo artificial” da participação feminina na política e “facilita candidaturas de laranjas”. O vereador Suíca, que também é vice-líder da oposição em Salvador, contrapôs e rebateu a justificativa do senador como sendo “uma infeliz declaração”. “Estímulo artificial é devolver R$555 mil ao governador e depois pedir suplementação de 80 milhões. Depois de eleito é que a gente descobre quem são as pessoas. Mas neste mundo, a traição está cada vez comum e corriqueira. Não se esconde mais que é traidor e eu me sinto traído politicamente”, finaliza.