A estudante Luciana Santos Silva, 20 anos, do curso técnico em Meio Ambiente, do Centro Estadual de Educação Profissional (Cetep), do Médio Sudoeste da Bahia, localizado em Itororó, no centro sul da Bahia, foi recebida pelo governador Rui Costa, na última segunda-feira (25), na Governadoria em Salvador. Ela foi premiada na 17ª Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace), realizada na semana passada, na Universidade de São Paulo (USP), pelo projeto “Ecoestacas – promovendo propriedades sustentáveis”. A pesquisa foi desenvolvida juntamente com a colega Nathália Morgão dos Santos, 18, que concluiu o curso técnico em Zootecnia, em 2018, e está em São Paulo, para fazer o curso de Psicologia, para o qual foi aprovada pelo Prouni.
As duas receberam o Prêmio ABRIC (Associação Brasileira de Incentivo à Ciência) de Destaque em Iniciação Científica pela relevância social do projeto, desenvolvido em sala de aula, no âmbito do Programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação do Estado (SEC). Em 2018, as estudantes já tinham conquistado o terceiro lugar na 7ª edição da Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia (Feciba), da SEC, que estimula o fazer ciência em sala de aula. O objetivo da pesquisa é reduzir os custos da confecção de cercas; aumentar a longevidade das mesmas; e reduzir o lixo tóxico com o uso das garrafas de plástico.
O governador Rui Costa falou sobre o protagonismo estudantil. “Esse é mais um projeto incrível, criado pelas estudantes do Cetep, que pode contribuir muito com o meio ambiente e fornecer um produto, que pode ser utilizado pelas prefeituras na construção de equipamentos públicos, como parques nas praças. O projeto aumenta a durabilidade de qualquer madeira, diminuindo seu tempo de decomposição. Parabéns às estudantes pela grande iniciativa”, destacou.
O secretário da Educação do Estado, Jerônimo Rodrigues, que recebeu a estudante na Governadoria, falou sobre o reflexo da iniciação científica em sala de aula. “Os nossos estudantes são muito criativos e um dos papeis da escola é revelar as competências de cada um. Há uma orientação do governador, nesse sentido, de fomentar cada vez mais estes projetos para fortalecer o processo de ensino e aprendizagem”, afirmou.
Luciana, que acabou de chegar da premiação em São Paulo, falou sobre a repercussão do trabalho. “Eu estou muito feliz, muito emocionada e fico com vontade de chorar toda hora, porque não imaginei que o nosso projeto nos levassem para tão longe. Participei da Feciba aqui em Salvador, agora fui para a Febrace e recebi a premiação, em São Paulo, e falar com o governador foi muito bom. Eu também estou muito feliz porque Nathália ingressou na universidade e vai fazer o curso que ela sempre quis”, comemorou.
Luciana está trabalhando em uma fazenda na produção deste material e sonha em ser empreendedora. O mais importante para ela, no entanto, é a contribuição ao meio ambiente. “Eu quero minimizar o descarte de garrafas PET e amenizar o impacto delas no meio ambiente, além de incentivar o uso das ecoestacas nas propriedades do campo e também nas cidades”, afirmou a estudante Luciana. A jovem pesquisadora informou, ainda, que, segundo avaliação da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), as ecoestacas têm uma durabilidade superior a 400 anos.
A professora Thayane Gonçalves, orientadora do projeto, salienta que este é um novo momento da Educação no Estado e que esse tipo de reconhecimento a incentiva a fazer a ciência na escola. “Precisamos desse reconhecimento. Volto uma nova pessoa para Itororó, com mais vontade de mudar a vida dos meus alunos. Agradeço, principalmente, à equipe gestora do Cetep, que sempre apoia os nossos projetos”, afirmou.