As técnicas que envolvem o processo de retirada de sais da água estão sendo discutidas durante a terceira edição do Seminário Internacional da Associação Latino-Americana de Dessalinização e Reuso da água (Aladyr). O evento tem apoio da Secretaria do Meio Ambiente do Estado (Sema) e segue até quinta-feira (23), em Salvador. Na Bahia, a dessalinização é a forma encontrada para oferecer água de qualidade à população que vive no semiárido, por meio do Programa Água Doce. O programa criado na década de 90 contempla um total de dez estados no Nordeste e Minas Gerais, e está na segunda fase de implantação no território baiano.
Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, o programa tem contrapartida do Governo da Bahia e conta com investimento total de R$ 62 milhões no estado, além de beneficiar 200 mil baianos, quando sua implantação estiver totalmente concluída. Durante os dois dias de evento, o seminário tem a participação de 300 participantes, entre líderes do setor de Dessalinização na América Latina, com representantes de empresas que atendem o mercado de equipamentos e tecnologias no cenário mundial.
O secretário estadual do Meio Ambiente participou da abertura do seminário e destacou o uso da tecnologia no estado baiano. “A Bahia está na segunda etapa de implantação do Programa Água Doce e, até agora, já disponibilizamos 200 dessalinizadores para a população do semiárido, distribuídos em 57 municípios. É um projeto que consideramos estratégico na Secretaria, pela importância do que representa o acesso à água. Para além disso, a Bahia receber este evento marca a posição de referência do nosso estado, na questão de utilização da técnica de dessalinização”, afirmou.
O diretor de Recursos Hídricos do Ministério do Desenvolvimento Regional, Renato Ferreira, destacou que a Bahia é o estado com maior convênio no Programa Água Doce. “A Bahia tem uma tradição antiga no que se refere à dessalinização. O estado importou os primeiros dessalinizadores ainda na década de 80. É muito oportuno que este debate sobre o tema ocorra em solo baiano onde existe uma equipe técnica muito qualificada. É uma oportunidade de aperfeiçoar essa tecnologia que é importada pelo Brasil há mais de 20 anos. É importante destacar que 70% das águas subterrâneas do semiárido brasileiro são salobras ou salinas e, por isso, o processo de dessalinização é tão fundamental para facilitar o acesso da população à água”, explicou.
Um sistema de dessalinização que utiliza tecnologia israelense está montado no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA). O equipamento é uma amostra da técnica e será visitado pelos participantes do seminário. No local, o equipamento capta água do mar, que passa pelo processo de dessalinização, com retirada dos sais, e pode ser consumida pelo ser humano. O sistema é bastante similar ao que já está implantado no semiárido da Bahia e tem capacidade para dessalinizar até 500 litros de água por dia. O equipamento também já é utilizado em ilhas como Fernando de Noronha e ao retirar os sais da água, o líquido se torna potável e próprio para o consumo humano. As informações são da Sema.