Uma travesti foi encontrada morta com o corpo carbonizado dentro da casa onde morava, no município de Seabra, região da Chapada Diamantina. O caso aconteceu na última quinta-feira (30). De acordo com informações, a suspeita é que ela tenha sido agredida com pauladas, antes de ter a residência incendiada. A Polícia Civil de Seabra informou que até este domingo (2) ninguém havia sido preso, e ainda não tem informações sobre a autoria e motivação do crime. A vítima era uma feirante conhecida na cidade e apesar de não ter sua idade confirmada, era a mais idosa da Chapada Diamantina.
Nota publicada pela Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBTI+ (Renosp LGBTI+), uma entidade que trabalha junto com instituições de segurança pública no Brasil, nas redes sociais, diz que ‘Rosinha do Beco’, como era popularmente conhecida, teria sido assassinada por um homem que sugeriu um encontro com ela com a intensão de lhe tirar dinheiro, “o que a feirante não tinha em casa”.
“A população está chocada com a crueldade e também porque Rosinha era muito conhecida e querida na região toda. Já não sofria o estigma e o preconceito por ser travesti, sendo vista mais como uma mulher idosa, bem humorada, brincalhona e trabalhadeira. Sua morte num local onde não é comum acontecer crimes desse tipo, onde normalmente não se ouve falar de crimes lgbtfóbicos, para além da “questão pontual” pode ser lida como um reflexo da cultura de preconceito que ganha força no Brasil”, aponta trecho da nota da Renosp LGBTI+.
Essa rede tem o objetivo de enfrentar a LGBTIfobia, “para garantir a liberdade de orientação sexual e de identidade de gênero”. A atriz transgênero Maria Clara Spinelli, falou sobre o crime nas redes sociais. “Meu Deus… Até quando?”, ela escreveu. Jornal da Chapada com informações do G1 e do BNews.