A produção gourmet da Chapada Diamantina, com o café e o vinho encabeçando essa área, está sendo mais um atrativo para os visitantes conhecerem a região. Formado por 24 municípios, o território é um dos mais procurados por aqueles que desejam um tempo longe das cidades grandes. No último sábado (8), a TV Bahia exibiu a sétima reportagem do projeto “Avança”, que trata sobre o desenvolvimento econômico do estado, e mostrou segmentos que são destaque, setores com alta produtividade, exemplos de negócios e utilização de tecnologia.
A capital turística da Chapada é a cidade de Lençóis, que está localizada a cerca de 400 quilômetros de Salvador, capital do estado. No município, fica o único aeroporto da região. O Aeroporto Coronel Horácio de Matos. Atualmente, o terminal aéreo tem cinco voos que partem e chegam na cidade a cada semana. Mas é pela estrada que a maioria dos turistas chega. Por ano, o município recebe 120 mil visitantes, dez vezes a população local: 12 mil moradores.
Fotos de Lençóis
“É uma cidade muito agradável, com uma bela natureza”, diz um turista holandês. Além do sossego da natureza, os turistas buscam aventura nas trilhas, vales, rios e cachoeiras da região. Há também barzinhos, restaurantes e um clima gostoso que convida o turista a relaxar, nas noites badaladas da cidade. Lençóis oferece 4 mil leitos em casas de aluguel, campings, hotéis e pousadas bem charmosas. Em um desses estabelecimentos, trabalha a instrutora de yoga Maira Kegler Vega. A gaúcha chegou na região a passeio, mas se apaixonou pelas belezas naturais e acabou ficando.
“O que trouxe aqui foi essa busca pelo contato com a natureza, a paz, a tranquilidade. E as pessoas que me procuram também estão em busca disso”, afirma a professora. “As pessoas daqui, os moradores, dependem direta ou indiretamente da vinda dos visitantes. Os artistas que fazem suas peças, tanto para os moradores quanto para decorar as pousadas”, destaca Roberta Ferraz, secretária de turismo de Lençóis.
Imagens de Mucugê
Mucugê
A 150 quilômetros dali, fica a vizinha Mucugê. O município é o mais agrícola da Chapada Diamantina, responsável por 66% da produção, além de ser outro destino obrigatório na região. Uma das atrações turísticas é o Cemitério de Santa Isabel, conhecido como Cemitério Bizantino. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o espaço é um dos poucos do país com esse tipo de arquitetura e com curiosos mausoléus construídos há quase 200 anos pelos barões do garimpo que viveram na região.
Mas além da história e das belas paisagens, o vinho também movimenta a economia na cidade. Uma das pessoas que investem nesse segmento é o produtor rural Fabiano Borré. Ele plantou uvas que já estão dando vinho de qualidade. Quando a vinícola estiver a todo vapor, em cerca de 4 anos, vai produzir 300 mil garrafas de vinhos finos. A expectativa do produtor é empregar 150 pessoas no complexo, que incluirá também um hotel.
Questionado sobre o que pode trazer um investimento como esse, ele diz que “No mínimo, eu lhe citaria, em termos de cultura, por exemplo, aberturas de escolas de língua para que as pessoas todas se capacitem para receber, inclusive, o público estrangeiro, algumas questões ligadas a alta gastronomia também”, afirma Borré. Atualmente, além do vinho, a fazenda dele também produz cafés especiais, com controle de todo o processo, desde o plantio à torrefação dos grãos. Mas o produtor não é o único na região.
Fotos de Piatã
Piatã
A 70 quilômetros de Mucugê, é também o café que atrai turistas e movimenta a economia da simpática cidade de Piatã. O bom solo, a altitude e, principalmente, o cuidado dos produtores fizeram o café do município ser descoberto pelo planeta. Um desses contribuintes é seu Antonio Rigno. A fazenda do produtor rural é três vezes campeã da “Cup of Excellence”, competição internacional que elege todos os anos o melhor café do mundo.
“É gente do mundo inteiro que vem aqui, conhecer e comprar o café da gente”, destaca. Aliado ao sucesso do setor, trabalha dona Terezinha, que é casada com seu Rigno. Cozinheira de mão cheia, ela abriu uma casinha de café colonial há 4 anos. No começo, era só para atender os negociadores de café, contudo, aos poucos, o lugar virou ponto turístico da região. “Vem gente do Japão, da Dinamarca, da Coreia. A cozinha é onde se reúne as pessoas com mais amor”, afirma a mulher. As informações são do G1BA.