Na sua visita à Argentina, o presidente Jair Bolsonaro chamou a atenção por sua fala, mais uma vez. Lá ele defendeu a criação de uma moeda única entre Brasil e o país hermano. Antes de partir, o presidente respondeu sobre a proposta de que tratou durante a visita à Argentina: a criação de uma moeda única. “O Paulo Guedes nada mais fez que dar um primeiro passo para um sonho de uma moeda única na região do Mercosul: peso-real. Quem diz, quem vai achar é ele. Como aconteceu o euro lá atrás, pode acontecer o peso-real aqui. Já falei para vocês que não é meu forte a economia e nós acreditamos no feeling, na bagagem, no conhecimento e no patriotismo do Paulo Guedes nessa questão também”.
“Essa ideia da moeda encanta os argentinos e o Brasil teria que pagar um preço, não?”, perguntou a repórter Delis Ortiz. “Não há dúvida que todo casamento alguém perde alguma coisa e ganha outras. Eu sou pelo casamento”, disse Bolsonaro. Se dependesse do presidente Mauricio Macri, esse casamento já estaria marcado. Ele tenta a reeleição em outubro, mas enfrenta o caos na economia, com inflação a mais de 55% ao ano, pobreza que atinge a 38% da população, dólar a mais de 45 pesos. A ideia de uma moeda comum caiu como uma luva para quem precisa de um discurso que crie alguma expectativa positiva na Argentina.
O ministro da economia, Paulo Guedes, explicou que esse é um processo de longo prazo. “Falei que no futuro haveria, daqui uns 20 anos, cinco moedas no mundo. E que eu acho a integração na América Latina levaria eventualmente a uma moeda única e vice-versa. Uma moeda única aceleraria também uma integração regional”, afirmou. Em nota, o Banco Central do Brasil negou que exista projeto ou estudo em andamento sobre a moeda única.
Segundo o Banco Central, há apenas diálogos naturais na relação entre parceiros sobre a estabilidade macroeconômica. Mas a simples ideia da moeda comum fez o presidente da Câmara reagir rápido. Em rede social, Rodrigo Maia questionou a viabilidade dessa proposta: “Ele disse: será? Vai desvalorizar o real? O dólar valendo R$ 6,00? Inflação voltando? Espero que não”. Jornal da Chapada com informações do Jornal Nacional.