O deputado estadual Marcelo Veiga (PSB), vice-líder do governo Rui Costa (PT) na Assembleia legislativa da Bahia (Alba), foi mais um dos políticos que questionou a atuação do ex-juiz federal Sérgio Moro e do procurador Deltan Dallagnol e cobrou investigação plena do caso. Nesta terça-feira (11), o parlamentar que é formado em Direito, avaliou o vazamento dos diálogos divulgado em série de matéria do site The Intercept Brasil e considerou o caso como “estarrecedor” e de “escândalo político”, pois os editores do site disseram que há muito material que fundamenta a participação de ambos os juristas para direcionar a operação Lava Jato contra o ex-presidente Lula e contra o PT, para que não conseguissem eleger o presidente da República.
“É escandaloso porque o juiz agora é ministro do presidente que ele ajudou a eleger. Já que nas pesquisas Lula venceria em primeiro turno, isso se torna ainda mais grave. As conversas vazadas mostram a atuação conjunta de Moro e Dallagnol para deter a vitória de Fernando Haddad, além de antecipar a prisão de Lula e apresentar provas consideradas inconsistentes para a opinião pública. Tudo isso de forma ilegal juridicamente. E podemos até parafrasear Moro quando ele liberou diálogos privados de Lula e Dilma: ‘O problema não é o vazamento dos diálogos, é o diálogo em si, uma ação visando burlar a justiça’ contra um grupo político para se beneficiar. E tem outra: ‘Não eram exatamente conversas republicanas’”, critica Marcelo Veiga.
De acordo com o deputado, “a situação coloca em xeque a atuação tida como isenta da força tarefa da Lava Jato com essa manobra jurídico-política”. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sugeriu até o afastamento de Moro de Dallagnol por meio de nota emitida para a imprensa. Nesta terça, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, informou que a Segunda Turma da Corte deve julgar no dia 25 de junho um habeas corpus em que a defesa do ex-presidente Lula pede que seja declarada a suspeição do então juiz Moro no julgamento do caso do triplex no Guarujá. O argumento da defesa é o fato de Moro ter aceitado, em novembro, o convite para o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro.
Leia as matérias exclusivas do site The Intercept Brasil
Editorial
https://theintercept.com/series/mensagens-lava-jato/
Parte 1
https://theintercept.com/2019/06/09/editorial-chats-telegram-lava-jato-moro/
Parte 2
https://theintercept.com/2019/06/09/procuradores-tramaram-impedir-entrevista-lula/
Parte 3
https://theintercept.com/2019/06/09/dallagnol-duvidas-triplex-lula-telegram-petrobras/
Parte 4
https://theintercept.com/2019/06/09/chat-moro-deltan-telegram-lava-jato/