José Hilson Paiva é médico e prefeito da cidade cearense de Uruburetama e segundo reportagem do G1, há décadas abusa sexualmente de suas pacientes. São 63 vídeos, todos filmados pelo próprio homem, com as violações. O ginecologista de 70 anos usou de inúmeros pretextos para cometer os abusos, como colocar a boca nos seios ou penetrar as pacientes para retirar supostas secreções, pois de acordo com ele, era preciso ‘desviar’ o útero delas.
Existem registros da década de 1980, mas o medo de represálias perseguiu as vítimas do prefeito, que tinha como álibi o poder à frente da gestão da cidade 120 quilômetros distante da capital Fortaleza. “Nunca tinha ido em consulta nenhuma. Não sabia como funcionava. Se ele estava dizendo que era daquela maneira, eu tinha que acreditar”, disse ao G1 uma das vítimas. O Ministério Público revela ter ouvido relatos de seis mulheres abusadas pelo médico prefeito. O doutor Hilson, como prefere ser chamado, atende em hospitais públicos e foi eleito prefeito em 2016. Ele afirma que não realizou nada sem consentimento das vítimas.
“Querem me derrubar”, declarou acusando “jogada da oposição”. Antônio Jorge Salomão, secretário-geral da Associação Médica Brasileira, demonstrou consternação ao assistir ao conteúdo. “Em nenhum momento da humanidade existe esse procedimento. Isso é asqueroso. Não se trata de um médico, trata-se de um monstro”, comentou ao ‘Fantástico’. Também em conversa com a reportagem do ‘Fantástico’, o médico admitiu que manteve relações sexuais com algumas pacientes, mas insistiu não ter feito nada forçado. “Nada à força, não tive nada forçado. Isso é uma jogada da oposição. Querem me derrubar”, encerrou reclamando da insistência do repórter.
O advogado do político salientou que “aguarda as mídias para uma manifestação mais concreta sobre o caso”. Ele questionou a veracidade das imagens e assegurou que vai procurar o Ministério Público. José Hilson é acusado de abuso sexual de pacientes na cidade de Cruz, mais ou menos 150 quilômetros de Uruburetama. Ele atuou como médico da família e clínico geral no Centro de Saúde e no Hospital municipal da região. 40 dos 63 vídeos de abuso sexual filmados pelo próprio médico foram gravados em um consultório no Centro de Saúde de Cruz. As informações são do site Hypness.