A posse da nova diretoria do Sindicato dos Agentes Disciplinares Penitenciários e Agentes Sócioeducadores da Bahia (Sindap-BA) foi marcada por mudanças e exaltação da participação de profissionais mulheres na atuação em unidades prisionais e de ressocialização. No início deste mês de julho, os membros da chapa vitoriosa da eleição sindical assumiram funções para continuar a atuação por direitos trabalhistas e contra a perda de benefícios previdenciários. “Isso é um avanço para a atuação do Sindap aqui na Bahia. O sindicato foi renovado em 40% e conta com mais de 400 profissionais femininas atuando nas unidades do estado desenvolvendo trabalho para ressocializar infratores que por algum motivo estão fora do convívio social”, diz o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA).
Para o diretor financeiro do sindicato, Antônio Reis, os governos de Temer (MDB) e Bolsonaro (PSL) dificultaram a atuação sindical no país e atrasaram a qualificação do trabalho. Ele cita a reforma Trabalhista como um dos fatores para a estagnação e encerramento das atividades de mais de mil de sindicatos no Brasil. “Foi uma luta para gente conseguir manter o nosso trabalho, que já vinha fazendo e depois desse governo de Michel Temer e continuando com o governo Bolsonaro. Esses governos enfraqueceram os movimentos sociais e a gente se preocupou muito, íamos aos embates, para as caminhadas em Brasília e perdemos isso. Mil e oitenta entidades foram fechadas. Mas mantemos a força da nossa militância e sabemos a importância de mantermos essa raiz do sindicato ligado ao PT”, frisa.
De acordo com Reis, o impacto maior foi na construção do trabalho de campanha de reajuste salarial. “Isso enfraqueceu a atuação que a gente vinha fazendo dentro da base. No estado temos nove unidades prisionais, que ficam distantes, como Barreiras, Vitoria da Conquista, Eunápolis e Itabuna, então é difícil atuar sem ter garantias de que conseguiremos arcar com todos os custos. Nos governos de Lula e Dilma tinham o imposto sindical e a taxa assistencial que eram o retorno de gastos que tínhamos durante campanhas salariais”, informa o diretor do Sindap. Ele destaca ainda que se não houvesse o ‘corpo a corpo’ com o trabalhador para conseguir filiação, e consequentemente mais contribuição mensal, o sindicato estaria fechado.