O deputado estadual Marcelo Veiga (PSB) criticou o que chamou de “perseguição a jornalistas” pelo governo federal e defendeu a democracia e a liberdade de imprensa. Nesta terça-feira (6), após estudar a portaria 666, publicada pelo ministro da Justiça Sergio Moro, que trata de deportação sumária de estrangeiros do Brasil, o parlamentar se pronunciou e relacionou a medida ao caso de vazamento de diálogos. “Com tudo que está acontecendo, é mais que óbvio que Moro tenta intimidar o jornalista que passou a denunciar atos ilegais do então juiz federal que auxiliou procuradores da Lava Jato a incriminar políticos e empresários”, descreve Marcelo Veiga. Ele se refere ao comunicólogo norte-americano Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, e defende que o jornalista tenha o direito constitucional de proteger a fonte.
De acordo com o vice-líder do governo Rui Costa (PT) na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), “Bolsonaro tenta jogar o caso para debaixo do tapete”, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) entrou no processo e a Polícia Federal entregou cópias das investigações. “Moro queria destruir as provas contra ele. Colocou a PF para prender supostos hackers para tentar se salvar dessa polêmica. E o próprio presidente Bolsonaro tenta, todos os dias, falar alguma besteira para esconder as transações para aprovação da Reforma da Previdência e para esconder seus ministros que estão envolvidos em problemas graves. A democracia precisa prevalecer nesse processo, e a liberdade de imprensa também”.
Marcelo Veiga defende que a imprensa continue denunciando crimes e malversações da gestão federal como sempre fez. “A liberdade de imprensa é um dos pilares fundamentais do estado democrático de direito. Precisamos assegurar que todos possam ter acesso à informação, sem censura, sem medo, e o governo Bolsonaro vem limitando isso a todo custo. Desde quando decide não responder questões em entrevistas coletivas até a censura da Ancine na produção de filmes nacionais. É preciso estabelecer o compartilhamento de opiniões e manifestações e contraposições ideológicas que permite processo de formação do pensamento. Não podemos aceitar que Bolsonaro destrua políticas culturais e pilares que garantem a livre circulação de informações”.