Atraso salarial recorrente em contrato emergencial para prestar serviço à Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) resultou no bloqueio de recursos da empresa Globolav, após ação do SindilimpBA, sindicato que representa os trabalhadores terceirizados do estado. De acordo com a direção da entidade, a empresa ficou em contrato de 12 meses na Sesab respondendo pelos trabalhadores contratados para atendentes e portaria. “Desde fevereiro que estamos em diálogo com o Ministério Público [MP] e a Sesab para que pudessem resolver o problema desses trabalhadores. Porque a empresa sempre atrasou salários e como foi um contrato emergencial sempre teve problema. E solicitamos que a secretaria pagasse diretamente na conta dos trabalhadores, porque a lei anticalote já prevê isso. E agora os recursos da Globolav estão bloqueados, conforme processo [0000577-39.2019.5.050101]”, diz a coordenadora-geral do SindilimpBA, Ana Angélica Rabello.
O representante do sindicato na Câmara de Salvador, vereador Luiz Carlos Suíca (PT), se pronunciou sobre o caso nesta terça-feira (13), e defendeu a atuação de Rabello neste processo. “Os trabalhadores do contrato da Globolav de Salvador e do interior precisam saber que o sindicato já entrou com processo trabalhista e os valores que têm na Sesab é para o pagamento dos trabalhadores, até porque tem um ponto fraco que é o fato da Sesab só reconhecer três meses de contrato dos 12 afirmados pela empresa. Foi uma luta da direção do SindilimpBa junto com os vigilantes para proteger os trabalhadores desses picaretas que entram no estado”, frisa Suíca. Ele volta a cobrar que o governo estadual reconheça a lei anticalote, onde aponta que não precisa de mediação para o pagamento. “A lei já previa isso a empresa no ato do contrato já fornecia todos os dados dos trabalhadores”.
A direção do sindicato aponta que desde fevereiro que briga para que a Sesab possa pagar, “mas que a coordenação não foi acolhida”. Ana Angélica, por exemplo, afirma que teve em reunião na Secretaria de Saúde, junto com a empresa, e descobriu que o dono da empresa Globolav é o mesmo da empresa Suria – que já tem contrato de higienização, que ficou no lugar da MAP. “Ficamos apreensivos, essas empresas vão abrindo outras empresas dos mesmos caloteiros de antes. Essa Suria, para mim, era uma empresa que prestava serviços na lavanderia dos hospitais e, agora, já está na higienização com essa Globolav”. Rabello pede que os trabalhadores liguem para o sindicato, e acompanhem o site, “porque o SindilimpBA não vai fazer liberação de valores a não ser na Justiça do Trabalho”. “A empresa liga pedindo o desbloqueio. Mas não vamos desbloquear”, completa.