A avó da primeira-dama Michelle Bolsonaro, Maria Aparecida Firmo Ferreira, 79 anos, que ficou três dias em uma maca no corredor do Hospital de Ceilândia, no Distrito Federal, aguardando cirurgia, foi presa em flagrante em 1997 – quando tinha 55 anos de idade – por tráfico de drogas. Segundo reportagem da revista Veja, divulgada nesta sexta-feira (16), Maria Aparecida era conhecida nas ruas como “Tia” e, segundo a polícia, sua principal atividade era vender drogas no Centro de Brasília.
Ela foi presa com 169 “cabecinhas de merla”, um subproduto da cocaína, em julho daquele ano. A reportagem também menciona desvios de conduta da mãe de Michelle, Maria das Graças Firmo Ferreira, outra que tem ficha corrente na polícia, investigada por falsificação ideológica. A descoberta pela polícia ocorreu em 1988, quando Michelle tinha 6 anos, e o fato de as duas situações virem à tona agora irritou o presidente.
Na saída de um evento no Palácio do Planalto, Bolsonaro reconheceu a veracidade das informações, mas questionou o teor da publicação. “Quem ganha com isso? Ela está abatida, arrasada, para que isso?”, disse Bolsonaro, se referindo à esposa, Michelle, que não gostou das revelações feitas pela Veja.
Falsidade ideológica
O processo contra Maria das Graças, mãe de Michelle e filha da traficante, envolvia a posse de dois registros civis: um verdadeiro e o outro falso, em que não constava o nome do pai e o da mãe foi alterado – de Maria Aparecida Mendes para Maria Aparecida Firmo Ferreira. O registro ainda a deixou nove anos mais nova (o ano de nascimento passou para 1968) e a altura aumentou 13 centímetros (1,73 m).
Maria das Graças contou que perdera a carteira de identidade e a certidão de nascimento. Ao fazer um novo registro civil, decidiu excluir o nome do pai, porque ele “abandonou a família”, e, “aconselhada por duas amigas”, também alterou a data do seu nascimento — mas nada disso tinha nenhuma “intenção criminosa”.
Em 1989, o Ministério Público remeteu o inquérito à Justiça. A mãe da primeira-dama foi indiciada por falsidade ideológica, que prevê pena de até cinco anos de prisão em regime fechado, porém, em 1994, depois de ficar mais de cinco anos parado na Vara Criminal, o processo acabou sendo arquivado. As informações são do Correio 24h.