O cantor e compositor baiano Gilberto Gil, em bate-papo do projeto “Cria”, com Leonardo Lichote, no Manouche, falou sobre a importância da maconha para a música. “A maconha tem uma coisa, ela clica uma coisa na interioridade, na consciência verbal que, ao menos pra mim, tinha isso de ensejar passeios mais tranquilos pelo campo da música, da melodia, do ritmo”, disse. Para nosso grande artista, “aquela suavidade no João Gilberto, aquela intensidade moderada do Bob Marley; em tudo isso, sem dúvida nenhuma, a maconha teve papel enorme. Não existiria a bossa nova sem a maconha”, categorizou.
Mas houve quem não gostasse nem um pouco da fala do ex-ministro da cultura. A presidente do PSL na Bahia, Dayane Pimentel, foi às redes sociais na última quinta-feira (29) e criticou declaração do cantor. “Com todo respeito, senhor Gilberto, gostaria de externar que não tenho nada contra a sua pessoa. Mas incomoda-me, e muito, uma declaração como esta. Primeiro, a Bossa Nova é um ritmo admirado por milhões e ligá-la à maconha é de uma promiscuidade imensurável”, escreveu a deputada no Instagram. A parlamentar baiana ressaltou que, “definitivamente, não foi a maconha que criou a Bossa Nova, a maconha não cria nada. A maconha só destrói”.
Este ano, Gil está comemorando o aniversário de 50 anos do álbum “1969”, álbum de grande importância para a Música Popular Brasileira, que tem canções como ‘Aquele abraço’, que Gil compôs quando, ao sair da prisão em plena ditadura, encontrou as ruas do Rio ainda enfeitadas para o carnaval. Cinco décadas depois, ele reafirma. “O Rio continua lindo, apesar de tudo, porque a vida é assim: a cidade está ao mesmo tempo feia e linda, como tudo. Tudo é feio, e tudo é belo. O tempo todo”. Jornal da Chapada com informações do jornal O Globo.