Uma baleia jubarte adulta que encalhou na praia de Coutos, em Salvador, na manhã da última sexta-feira (30) morreu cerca de três horas depois de ficar presa às pedras. Ela é a décima a encalhar no litoral baiano em 2019. De acordo com a bióloga Luena Fernandes, do Instituto Baleia Jubarte, um filhote de baleia também apareceu morto nas proximidades, na Praia de Alvejados, em Plataforma, na quinta-feira (29).
“Essa é uma baleia adulta e encontramos ainda viva, por volta de 7h30. Pensamos em articular um resgate mas, infelizmente, ela acabou falecendo”, relatou a bióloga, ao informar que recebeu o chamado às 5h. Ainda não é possível precisar a causa da morte, mas, na avaliação da bióloga, pode ter sido por conta das dificuldades causadas pelo encalhe.
“O encalhe tem uma pressão grande sobre o animal. Pelo peso de 39 toneladas, há muita dificuldade de sobreviver ficando fora da água. Não sabemos exatamente quanto tempo ela ficou fora da água, mas qualquer minuto fora da água já é muita coisa para uma baleia nesse tamanho”, explica.
A bióloga informou ainda que a partir dos exames e análises realizados com as coletas de material da baleia será possível chegar à causa da morte. “Mas é importante deixar claro que o fato de encalharem é algo natural, não há aí um indício de extinção”, afirma.
Três dias depois
Três dias após a baleia morrer encalhada, o corpo do animal continua no local nesta segunda (2), e moradores do entorno relatam muito mau cheiro e medo de doenças. Segundo a babá Elisabete Brito, a população mudou os hábitos depois que o animal morreu na praia.
“A gente está com medo. Estamos com medo de nos aproximar e também que a praia fique toda contaminada por causa da baleia. Está um cheiro muito forte. Mudamos os hábitos, nem estamos mais indo na praia. Estou com medo de pagar doenças, algum tipo de bactéria”, afirmou. Outra moradora, que reside a poucos metros de onde o animal está, afirma que o cheiro forte está atrapalhando o dia-a-dia.
“Primeira vez que acontece isso aqui. Moro há 11 anos e nunca vi. A situação começou a ficar ruim no sábado. O cheiro está forte, ninguém consegue fazer nada”, disse. Segundo o Instituto Baleia Jubarte, o risco de contaminação é real. “A gente recomenda que as pessoas tomem cuidado. Ainda não temos a causa exata da morte, mas parece que ela estava doente. Então, há possível risco de contaminação. As pessoas devem evitar se aproximar da baleia”, contou Enrico Marcovaldi, um dos fundadores do instituto.
Equipes da Empresa de Limpeza Urbana do Salvador (Limpurb) trabalham no serviço de remoção do corpo do animal desde sexta. Até o domingo (1º), os agentes faziam um trabalho mais manual, cortando partes da carcaça em etapas, entretanto a previsão é que uma nova estratégia seja adotada para retirar a baleia com mais velocidade .
“Estamos em contato com a Marinha para que ela ceda para gente um barco rebocador. Isso vai facilitar e agilizar o trabalho. A gente vai consegui pegar o animal de uma vez só. vamos colocar na região mais próxima da terra e remover até o aterro. Caso a marinha disponibilize, a baleia é retirada da praia ainda hoje” afirmou Marco Antônio, gerente de operações especiais da Limpurb. Jornal da Chapada com informações do Correio 24h.