O cantor, compositor e escritor Chico Buarque comentou na quarta-feira (9) a ausência da assinatura do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em seu diploma do Prêmio Camões. “A não assinatura do Bolsonaro no diploma é para mim um segundo prêmio Camões”, declarou o cantor em um post no seu perfil nas redes sociais. O artista foi anunciado em maio como vencedor de 2019 do prêmio, um dos maiores reconhecimentos da literatura em língua portuguesa, organizado pelos governos de Portugal e do Brasil. O diploma tem, tradicionalmente, a assinatura do presidente do Brasil, mas Bolsonaro ainda não assinou.
Ao ser questionado na terça-feira (8) por jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada se assinaria o diploma do prêmio, a ser entregue para Chico Buarque, Bolsonaro disse: “Eu tenho prazo? Então 31 de dezembro de 2026, eu assino”. O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, demonstrou surpresa ao saber que o presidente Bolsonaro ainda não assinou o diploma. “Não tenho informação sobre isso. Sei que eu assinei o diploma, então não tenho mais informação. Se não levem a mal, tenho que verificar o que se passou”, ele disse.
A 31ª edição do prêmio dá ao vencedor 100 mil euros. O valor do prêmio é dividido entre Brasil e Portugal, e a parcela brasileira já foi paga. O anúncio do vencedor foi feito no dia 21 de maio na sede da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, pela presidente da instituição, Helena Severo.
Prêmio Camões
Instituído em 1988, o Prêmio Camões de Literatura tem o objetivo de reconhecer um autor de língua portuguesa que tenha “contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural” do idioma através de seu conjunto da obra. Conhecido principalmente como um dos maiores nomes da MPB, Chico Buarque conseguiu sucesso também como dramaturgo e como escritor.
Além de ganhar os prêmios Jabuti de melhor livro do ano por “Leite Derramado” e por “Budapeste”, também foi ganhador como melhor romance com “Estorvo”. O júri responsável pela escolha é formado por representantes do Brasil, de Portugal e de países africanos de língua oficial portuguesa.
“Os textos para teatro, as óperas são de uma qualidade sensacional. Assim também são os romances. Portanto é uma obra no seu conjunto que justifica está nossa decisão”, afirma o jurado português Manuel Frias Martins, professor na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Jornal da Chapada com informações do site G1.